ONU vai diminuir ajuda aos refugiados sírios no Líbano

“Se não recebermos mais dinheiro não seremos capazes de responder às necessidades dos refugiados, nem dos que já temos nem dos que podem chegar”, diz o ACNUR.

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Uma família síria na chegada ao Líbano Anwar Amro/AFP

A partir de dia 1 de Outubro, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) deixará de ajudar os sírios do Líbano de forma “maciça” e passará a fornecer uma “assistência dirigida”. Haverá menos 200 mil pessoas a receber alimentos.

“Fizemos um apelo de fundos de 1700 milhões de dólares para o Líbano, mas até agora só conseguimos reunir 27% dessa soma”, diz à AFP Roberta Russo, porta-voz do ACNUR no país que mais refugiados sírios recebeu até agora.

“Vamos optar por uma assistência dirigida e reduzir alguns dos nossos programas por causa da falta de financiamento”, explica Russo, reconhecendo que estas situações acontecem por vezes durante uma crise humanitária de grande dimensão.

Na prática, o ACNUR vai ajudar menos gente por ter pouco dinheiro disponível para a imensidão da tarefa – a cada 15 segundos há um novo refugiado sírio –, mas também por já ter identificado famílias que conseguem sobreviver sem essa ajuda.

“Se não recebermos mais dinheiro não seremos capazes de responder às necessidades dos refugiados, nem dos que já temos nem dos que podem chegar se os combates se intensificarem na Síria”, diz ainda a porta-voz da agência da ONU dirigida pelo português António Guterres.

Os esperados ataques militares ordenados por países ocidentais contra o regime de Bashar al-Assad, em resposta ao ataque químico de dia 21 de Agosto, podem provocar uma nova fuga em massa – para além dos 2 milhões de refugiados, há pelo menos 4,25 milhões de deslocados pela violência no interior da Síria.

O Governo libanês acredita que um milhão de sírios já fugiu para o Líbano nos últimos dois anos. A população do Líbano, sem contar com palestinianos e sírios, é de 4 milhões.
 
 

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