Brasil está a viver as maiores manifestações das últimas décadas

Mais de 200 mil pessoas saíram à rua em diversas cidades. Centenas ocuparam cobertura do Congresso em Brasília. Grupo tentou invadir sede do governo em São Paulo.

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Carro incendiado, no Rio de Janeiro Sergio Moraes/Reuters
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O protesto no Rio, o mais importante, mobilizou 100 mil pessoas, que ocuparam pacificamente o centro da cidade. Mas, no final, a violência eclodiu: um grupo de manifestantes entrou em conflito com a polícia nas proximidades da Assembleia Legislativa, cuja escadaria tentou ocupar.

Os manifestantes, reprimidos pela polícia com gás lacrimogéneo e balas de borracha, lançaram, segundo o jornal O Globo, cocktails-molotov, destruíram carros e danificaram edifícios públicos. Ficaram feridas 29 pessoas.

Em Brasília, centenas de manifestantes chegaram a ocupar a cobertura do Congresso e em São Paulo um grupo tentou invadir a sede do governo local. Maceió, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Belém e Belo Horizonte foram também palco de manifestações. Nas manifestações de segunda-feira terão participado mais de 240 mil pessoas, segundo a imprensa brasileira.

Os protestos no Brasil combinam a contestação ao aumento dos transportes públicos com os gastos na organização do Campeonato do Mundo de futebol de 2014 e o descontentamento com a agenda política.

São, segundo a AFP, as maiores manifestações sociais desde 1992, quando os brasileiros se mobilizaram contra a corrupção do Governo do então Presidente Collor de Mello.

Numa declaração, segunda-feira à noite, a Presidente, Dilma Roussef, disse que as "manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia".

Em São Paulo, onde pelo menos 65 mil pessoas saíram à rua, segundo o Instituto DataFolha, a manifestação foi pacífica, mas no final um grupo tentou derrubar um portão da sede do palácio do governo, segundo a Folha de São Paulo. Para esta terça-feira à tarde está marcado novo protesto na cidade, onde na última semana e meia ocorreram cinco grandes manifestações.

Em Brasília foram pelo menos 5000 os manifestantes, segundo a polícia. Alguns chegaram a ocupar a cobertura do edifício do Congresso Nacional, durante algum tempo, e a Polícia Militar posicionou-se para o caso de uma invasão.

Em Belo Horizonte, mais de 20 mil pessoas participaram no protesto. Para impedir a aproximação ao estádio do Mineirão a polícia usou gás lacrimogéneo e balas de borracha. Em Porto Alegre, 15 mil pessoas manifestaram-se frente à prefeitura com palavras de ordem contra o Mundial de futebol e de desagrado para com os partidos políticos. Houve também confrontos que provocaram pelo menos quatro feridos. Em Maceió, concentraram-se 3000 pessoas, em Salvador 5000.

O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso diz que é um erro desvalorizar os protestos e Luiz Inácio Lula da Silva criticou a violência policial.
 
 
 

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