Google paga 60 milhões para ajudar imprensa francesa

Empresa e Presidente francês chegam a acordo para criação de um fundo, que avaliará projectos antes de os financiar. O objectivo é ajudar a transição dos media para o ambiente digital.

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O acordo foi assinado pelo presidente do Google e por François Hollande Philippe Wojazer/Reuters

O acordo foi assinado na tarde desta sexta-feira, pelo presidente do Google, Eric Schmidt, e pelo Presidente francês, François Hollande. A imprensa daquele país reclamava pagamentos por parte do Google por este mostrar títulos e excertos de notícias nos seus serviços de pesquisa e agregação. As negociações arrastavam-se há dois meses e estava a terminar o prazo dado por Hollande para que houvesse um entendimento, sem o qual o Governo francês iria partir para legislação sobre o assunto.

O acordo, relata o site do jornal francês Le Figaro, assenta em dois pontos. Por um lado, a imprensa terá acesso a ferramentas do Google em condições vantajosas. Por outro, será estabelecido o fundo de ajuda de 60 milhões de euros.

O fundo poderá ser usado apenas pela imprensa generalista, explicam os media franceses, incluindo órgãos de comunicação exclusivamente digitais. Os projectos que forem submetidos a financiamento serão avaliados segundo critérios de inovação e viabilidade de negócio e o fundo será gerido por uma administração composta por representantes do Google, da imprensa francesa e elementos independentes.

Há muito que a indústria pressiona o Google para que pague pela possibilidade de listar conteúdo da imprensa nas suas páginas, algo que a multinacional tem sistematicamente recusado, afirmando que os órgãos de comunicação podem escolher não serem listados, se o desejarem. A Alemanha está a estudar legislação que pode vir a fazer com que o Google pague por esta prática. No Brasil, muitos dos mais importantes jornais decidiram sair em bloco do Google News.

Em Portugal, no mês passado, Francisco Pinto Balsemão voltou a defender uma taxa a ser paga pelos motores de busca aos media, acusando o Governo de não se interessar pelo problema.
 
 

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