Conselho de Segurança condena lançamento de foguetão da Coreia do Norte
EUA avisam Coreia do Norte de que sofrerá consequências por ter lançado foguetão, no que acreditam ser ensaio de míssil intercontinental encapotado.
Os Estados Unidos, pela voz da sua embaixadora nas Nações Unidas, Susan Rice, exigem uma "resposta" internacional, após o lançamento de um foguetão Unha-3, na descrição da agência noticiosa norte-coreana KCNA – mas que os EUA acreditam tratar-se mais possivelmente de um ensaio de um míssil balístico intercontinental. A confusão é possível porque se sabe muito pouco sobre o que a Coreia do Norte está a fazer, uma vez que as tecnologias são semelhantes.
A raiz de tão grande preocupação está no facto de estes mísseis poderem alcançar não só os países mais próximos, como um dia, eventualmente, alcançarem os EUA, cruzando o Pacífico – embora esse cenário esteja ainda num futuro longínquo, asseguram os especialistas. No entanto, estes testes servem ainda outro propósito: testar os veículos que poderão transportar ogivas nucleares.
Observadores do regime de Pyongyang notam que é possível que a Coreia do Norte esteja perto de fazer um novo ensaio nuclear. É possível até que esteja a começar a trabalhar com urânio enriquecido e não apenas com plutónio, notou recentemente o director da Agência Internacional de Energia Atómica. "Há imagens de satélite que sugerem que a Coreia do Norte está a construir um reactor nuclear de água pressurizada e está a trabalhar no enriquecimento de urânio. Isto é perturbador", disse Yukiya Amano, num encontro promovido pelo think tank Council on Foreign Relations este mês.
Os Estados Unidos, que consideraram o lançamento desta quarta-feira "um acto altamente provocador que põe em perigo a segurança regional", avisaram a Coreia do Norte de que as acções teriam consequências. Mas o porta-voz da Casa Branca Jay Carney não especificou quais as consequências que estariam a ser consideradas. A Coreia do Norte já é o Estado com mais sanções, sem que isso tenha dado grande resultado ao nível das negociações sobre o desenvolvimento do nuclear.
Mas dificilmente dali sairá algo mais forte do que esta declaração: a China, membro permanente com direito de veto, apenas lhe deu como que uma palmada na mão: "Lamentamos que tenha feito o lançamento apesar da preocupação da comunidade internacional", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei. Mas acrescentou: a China "acredita que a reacção do Conselho de Segurança deve ser prudente e moderada, para manter a estabilidade e evitar a escalada."