Homem-Aranha renasce para reflectir a nova América: negro e latino
“O que temos é um Homem-Aranha para o século XXI, que reflecte a nossa cultura e a nossa diversidade. Consideramos que os leitores se vão apaixonar por Miles Morales da mesma forma que se apaixonaram por Peter Parker”, antecipa o director da Marvel, Axel Alonso, segundo o USA Today.
Miles Morales obteve os poderes de aracnídeo da mesma forma que Peter Parker (na versão Ultimate, lançada em 2000, o jovem jornalista é mordido por uma aranha geneticamente alterada), mas será capaz de habilidades diferentes do seu antecessor.
A história terá continuidade. É a morte de Peter Parker, às mãos do Duende Verde, que inspira Miles Morales a tonar-se num super-herói. E são personagens antigas, como Gwen Stacy e Tia May, que o vão ajudar nesse processo. A intervenção inaugural é mínima, numa rixa, mas os desafios vão aumentar.
A Marvel vai aproveitar a primeira aparição para contar a história da personagem. A visão do mundo que Miles Morales tem é diferente da de Peter Parker – aliás, “completamente diferente”, assegura o escritor Brian Michael Bendis, em entrevista à Associated Press. E isso tem que ver com as suas raízes africanas e latinas.
Essa é, para já, a grande novidade. “É uma decisão conscienciosa. Na Marvel, orgulhámo-nos de reflectir o mundo real em toda a sua diversidade”, frisa Axel Alonso. “Mais cedo ou mais tarde, um herói negro ou homossexual – ou ambos – será considerado algo absolutamente normal”, acrescenta a Sara Pichelli, responsável por desenhar o novo Homem-Aranha.
De resto, “o tema é o mesmo: com grande poder vem grande responsabilidade”. “Ele vai aprendê-lo. E depois vai perceber o que isso significa”, adianta Brian Michael Bendis. O primeiro número inteiramente dedicado ao novo super-herói está previsto para Setembro, integrando a colecção Ultimate, que é uma narrativa paralela à da história do Homem-Aranha original, que chegou às bancas em 1962.
Notícia corrigida às 14h11