Guia da greve geral: o que vai ou não parar
No Metro de Lisboa e na Carris, a circulação vai depender da adesão dos trabalhadores à greve, já que não foram definidos serviços mínimos. No caso do Metro, os sindicatos prevêm que não funcione nesse dia. Na Soflusa, foi determinada a circulação de barcos ao início da manhã e no final do dia. Nos comboios suburbanos, esperam-se perturbações a partir das 22h00 de terça-feira. No dia da greve, serão assegurados os seguintes serviços mínimos:
- Linhas de Sintra, Cintura e Azambuja: comboios das 5h00 às 10h00 e das 14h00 às 21h00;
- Linha de Cascais: das 6h30 às 10h00 e das 16h20 às 21h30;
- Linha do Sado (Barreiro-Setúbal): apenas dois comboios em cada sentido, das 5h00 às 7h25 e quatro em cada sentido das 17h00 às 20h25;
- Setúbal-Lisboa: a Fertagus espera assegurar todos os serviços, excepto se a greve na Refer o impedir.
No Metro do Porto, a Linha Amarela (D) e o tronco comum Senhora da Hora–Estádio do Dragão funcionarão entre as 7h00 e as 22h00 com oferta muito reduzida – máxima de duas passagens por hora, em cada sentido. Nos percursos restantes, as linhas Azul (A), Vermelha (B), Verde (C) e Violeta (E) estarão sem serviço durante todo o dia. A STCP também prevê que haja constrangimentos elevados nos serviços que presta. A empresa não disporá de alternativas de transporte e não haverá serviços mínimos. Nos comboios suburbanos, haverá perturbações a partir das 17h00 de terça-feira. No dia da greve, haverá os seguintes serviços mínimos:
- Caíde-Porto: quatro comboios para o Porto das 6h00 às 7h34 e
dois em sentido contrário durante o mesmo período; quatro
comboios entre as 17h30 e as 20h30 no sentido Porto-Caíde e dois em
sentido contrário;
- Nine-Porto e Leça-Ermesinde: ligações asseguradas entre as 6h25 e as 8h45 e,
durante a tarde, entre as 16h30 e as 20h45;
- Aveiro-Porto: circulam comboios suburbanos das 4h43 às 10h19 e das 17h00 às
21h19;
- Guimarães-Porto: durante a manhã realiza-se apenas o comboio das 6h15 para o
Porto e os das 6h54 e 7h54 em sentido contrário. À tarde efectuam-se três
comboios de Campanhã para Guimarães (entre as 16h15 e 19h15) e dois em
sentido contrário.
Transportes-Braga
Os Transportes urbanos de Braga (TUB) prevêem que não haja serviço nesse dia, tal como em greves anteriores na mesma empresa. Mesmo tendo sido decretados serviços mínimos, nas últimas greves eles não foram cumpridos.
Transporte-Guimarães:
A previsão da empresa que tem a concessão do serviço de transporte público no concelho é a de que a grande maioria dos serviços seja anulado.
Transportes-Algarve
A União dos Sindicatos do Algarve prevê que o transporte rodoviário na região sofrerá grande impacto.
Comboios de longo curso
Os serviços míninos só contemplam um Intercidades entre Lisboa e o Porto em cada sentido e outro entre Lisboa e Faro (também um em cada sentido). Não haverá serviço Alfa Pendular. Os comboios internacionais Sud Expresso (Lisboa-Hendaya) e Lusitânia Expresso (Lisboa-Madrid) são abrangidos pelos serviços mínimos.
Comboios regionais
- Linha do Minho: dois comboios entre Valença e Porto, dois entre Viana do
Castelo e Nine e dois entre Viana do Castelo e Valença;
- Linha do Douro: um comboio do Porto ao Pocinho e dois entre Pocinho e Régua, seis comboios entre Régua e Campanhã e dois entre Caíde
e Régua;
- Coimbra-Aveiro: oito comboios, quatro em cada sentido, entre as 6h35 e as
18h45;
- Coimbra-Entroncamento: apenas dois comboios em cada sentido, um de manhã e outro à tarde;
- Tomar-Lisboa: doze comboios (seis em cada sentido) nesta ligação, que serve também Entroncamento, Riachos, Santarém e Azambuja.
- Linha do Vouga: oito comboios com origens/destinos variados em Aveiro,
Macinhata, Espinho, Sernada do Vouga e Oliveira de Azeméis;
- Beira Baixa: um comboio regional em cada sentido entre Lisboa e Castelo
Branco;
- Figueira da Foz-Coimbra: quatro comboios em cada sentido ao longo do dia;
- Linha do Oeste: dois comboios entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz e um
em sentido contrário. Entre Caldas e Meleças estão previstos quatro comboios
(dois em cada sentido);
- Linha do Algarve: dois comboios em cada sentido entre Faro e Vila Real de
Sto. António e um em cada sentido entre Faro e Tavira. Entre Faro e Lagos há
serviços mínimos para dois comboios em cada sentido;
- Linhas da Beira Alta e Alentejo: não há serviços mínimos;
- Linhas do Tua, Tâmega, Corgo e Pampilhosa-Figueira da Foz, encerradas ao
tráfego ferroviário e cujo serviço tem sido assegurado por autocarros, não
são também abrangidas por serviços mínimos;
Saúde
Os sindicatos garantem que muitos dos serviços na área da saúde estarão comprometidos. Os dirigentes sindicais dão conta de uma grande determinação de médicos, enfermeiros, auxiliares, administrativos, técnicos de saúde, entre outros profissionais, em fazerem greve. Segundo Alcides Teles, coordenador do Sindicato da Função Pública, “o sector público administrativo e os hospitais EPE vão funcionar todos com os serviços mínimos nas diversas carreiras profissionais”.
Escolas
Os pré-avisos de greve cobrem todo o pessoal que normalmente assegura o funcionamento das escolas públicas. Com cinquenta por cento dos professores em greve, uma escola pode funcionar, mas a ausência de auxiliares de acção educativa ou dos funcionários do bar pode levar a direcção do estabelecimento a encerrá-lo. A Confederação Nacional de Associações de Pais aconselha os pais a levarem as crianças às escolas, mas também a preparar, com antecedência, uma alternativa, para o caso de encontrarem os portões fechados.
Universidades
O Sindicato Nacional do Ensino Superior, que representa os professores, emitiu um pré-aviso de greve às aulas, horários de assistência a alunos, vigilância de provas, participação em júris e reuniões de órgãos de serviço. Investigadores poderão também parar. Uma petição autónoma, na Internet, está a convocar bolseiros, investigadores, professores e estudantes a aderirem à greve. Os estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto convocaram a comunidade académica a aderir a um piquete de greve, à porta da faculdade, a partir das 7h00.
Aeroportos
Tripulantes, controladores aéreos e técnicos de handling são apenas algumas das classes chamadas a protestar, prevendo-se uma mobilização significativa. Os trabalhadores da TAP, ANA e Groundforce acordaram assegurar assistência a apenas um voo para a Madeira e outro para os Açores, ida e volta. Os controladores aéreos acordaram também assegurar sobrevoos de companhias estrangeiras para sete regiões, como por exemplo as ligações entre Europa e as Canárias. Há também garantias de voos militares, ambulância, de emergência e de Estado. A maior parte dos voos da TAP será cancelada ou atrasada, prevendo-se apenas 31 das 150 ligações diárias da companhia. Alguns voos serão atrasados, saindo apenas a partir das 23h30. Na terça-feira, haverá já perturbações a partir das 22h00. Entre as companhias estrangeiras, serão canceladas as ligações da Ryanair (34 voos), Lufthansa (20), Air France (cinco) e British Airways (três). A Easyjet prevê constrangimentos significativos.
Polícias e tribunais
Magistrados do Ministério Público, funcionários judiciais, efectivos da Polícia Judiciária, da ASAE, do Corpo da Guarda prisional e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras aderem à greve-.Não haverá visitas nas cadeias, nem controlo alimentar e económico nos estabelecimentos comerciais e feiras. Muitos procedimentos no controlo de fronteiras e no atendimento de estrangeiros não serão cumpridos. Apenas os agentes das forças onde não é permitido fazer greve – PSP, GNR e Polícia Marítima – vão estar nos seus locais de trabalho. Aderem também à greve os inspectores da Polícia Judiciária, os magistrados do Ministério Público e os associados do Sindicato dos Funcionários Judiciais, mantendo-se apenas em funções os juízes.
Correios
Nos CTT, pelo menos as estações de serviço que costumam funcionar nos feriados estarão abertas na próxima quarta-feira. Em causa estão os balcões dos correios nos aeroportos, nos Restauradores em Lisboa e na praça General Humberto Delgado no Porto. Este será um dos serviços mínimos já definidos em tribunal arbitral, uma vez que sindicatos e empresa não tinham chegado a acordo. Também obrigatória é a distribuição de vales postais da Segurança Social, bem como correspondência de prestações sociais (como subsídios de desemprego e pensões de reforma). O tratamento de encomendas contendo medicamentos ou produtos perecíveis também está garantido.
PortosDos cinco principais portos nacional, os de Lisboa e Setúbal vão parar, segundo o presidente da Confederação de Sindicatos Marítimos e Portuários, Vitor Dias. “A adesão será total. Somos um sector muito corporativo e solidário”, disse o sindicalista ao PÚBLICO. Nos demais portos, também foram entregues pré-avisos de greve, mas a paralisação não foi ainda sufragada junto dos trabalhadores.
Na região de Lisboa, aderem à greve o Teatro Municipal de Almada, Teatro da Cornucópia, Casa Conveniente, Artistas Unidos, Teatro Aloés, Teatro da Comuna, Teatro da Garagem e Teatro Turim. O Teatro da Trindade não confirma se faz ou não. No São Luiz, Centro Cultural de Belém, TDMII e Teatro Aberto, prevê-se funcionamento normal. A Culturgest não sabe se poderá assegurar o espectáculo que tem em cartaz. Na área da dança, a greve se fará sentir na Companhia Nacional de Bailado, Eira e O Rumo do Fumo.
Hotéis
No turismo, os trabalhadores também têm sido incitados pelos sindicatos, que acreditam numa adesão expressiva. Espera-se maior impacto nas grandes unidades hoteleiras.
Assembleia da República
O Sindicato dos Funcionários Parlamentares não aderiu à greve. O Parlamento estará, no dia da greve, a discutir o Orçamento de Estado para 2011, na especialidade.
Repartições de Finanças
O Sindicato dos Trabalhadores dos impostos que agrega a maioria dos funcionários tributários aderiu à greve geral convocada pelas duas centrais sindicais e os seus dirigentes esperam uma adesão bastante forte, sobretudo nos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto. Não estão previstos quaisquer serviços mínimos.
Segurança social e centros de emprego
Alguns centros de atendimento ao público da Segurança Social poderão estar encerrados ou a funcionar a meio gás. Esta é a expectativa dos sindicatos que esperam uma elevada adesão dos funcionários em protesto contra os cortes salariais e o congelamento das progressões em 2011. Mas segundo Luís Pesca, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP), a greve servirá também para mostrar o descontentamento em relação à crescente diminuição do número de trabalhadores e à transferência de 700 trabalhadores para a alçada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Os centros de emprego também deverão funcionar com perturbações. Catarina Simões, da FNSFP acredita que, além dos problemas que afectam a generalidade dos funcionários públicos, o Instituto de Emprego e Formação Profissional debate-se com uma “cada vez maior afluência de público” que contrasta com a escassez de recursos humanos.
Media
As emissões de rádio e televisão privadas não prevêm alterações à programação, no geral. Contactados pelo PÚBLICO, os maiores grupos de rádio, rCOM, com Renascença, RFM, SIM e Mega FM, bem como a Media Capital Rádios, com Comercial, Cidade e M80, entre outras, esperam um dia normal de emissão. O mesmo responderam SIC e TVI. A excepção nos canais de TV privados é o canal por cabo Q, com emissão no operador Meo, que faz greve até às 21h45, altura em que transmitirá uma emissão especial sobre a crise. A RTP, rádio e televisão, afirmou esta segunda-feira desconhecer o impacto da greve na emissão mas frisando que vai tentar "garantir a normalidade das emissões, dentro dos limites definidos pela lei”.Na imprensa escrita, a Visão, do grupo Impresa, decidiu adiantar para terça-feira a saída para as bancas (normalmente sai à quinta-feira) para evitar atrasos na chegada da revista aos assinantes, que representam uma grande fatia das vendas da revista. Os restantes títulos não esperam constrangimentos e as distribuidoras responsáveis a nível nacional, contactadas, também responderam que não esperam alterações que impeçam a chegada às bancas da informação.
Na agência Lusa, onde os trabalhadores anunciaram previamente, logo em Outubro, a adesão à greve geral, Luís Miguel Viana, director de informação, espera manter os serviços numa lógica de escala de trabalho talvez idêntica à dos fins-de-semana, mas mantendo a emissão de informação.