Proprietários de bordéis e prostitutas da Alemanha criam associação profissional
Cinco meses depois da entrada em vigor de uma lei que visa melhorar as condições de exercício da mais velha profissão do mundo, proprietários e funcionárias juntaram-se para formar a primeira associação.
A lei, aprovada pela câmara alta do Parlamento alemão em Dezembro, deixa de considerar a actividade "atentatória contra os bons costumes" e despenaliza a prostituição. A prática desta actividade — até Dezembro punida com uma pena de até três anos de prisão — deixou de ser proibida sempre que seja exercida sem recorrer à coacção.
A lei passou ainda a reconhecer direitos laborais às profissionais que exercem esta actividade, nomeadamente contratos de trabalho com os bordéis e apoio da segurança social.
"Os bordéis devem ser tratados como empresas normais", considerou a presidente da associação, Stephanie Klee, em conferência de imprensa. "A prostituição e os prestadores de serviços particulares neste domínio devem ser considerados parte integrante do sector de serviços", defendeu, citada pela AFP.
A associação — que conta com oito membros fundadores, seis mulheres e dois homens — tem como objectivo emitir um "certificado de qualidade" que garanta certas condições de higiene e de serviço nos lupanares e que permita igualmente a esses estabelecimentos fazerem publicidade na Internet e na imprensa.
Oficialmente não existem licenças para bordéis na Alemanha, escondendo-se estes estabelecimentos sob a capa de bares. "É preciso acabar com esta hipocrisia que faz com que se frequente os bordéis mas não se fale deles", criticou Stephan Lindner, director de um "bar" num bairro de Hamburgo. Estima-se que existam cerca de 400 mil prostitutas na Alemanha.