Mário Lino nega qualquer "controvérsia" sobre localização do novo aeroporto

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Mário Lino (à dta.) sublinhou que Nunes Correia apenas afirmou que Alcochete é a opção "mais vantajosa" Adriano Miranda/PÚBLICO (arquivo)

"Este é um projecto cuja decisão é do Governo no seu conjunto", declarou Mário Lino, em declarações aos jornalistas, durante uma visita às obras do aeroporto de Beja.

De acordo com o governante, "os vários ministros, de acordo com as suas responsabilidades, terão que tomar decisões nas suas áreas". "Não há nenhuma controvérsia nesta matéria", garantiu.

As declarações de Mário Lino surgem depois do ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, ter afirmado que a construção do futuro aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete tem "grande credibilidade", do ponto de vista ambiental.

Numa entrevista ao programa "Diga Lá Excelência" do PÚBLICO e da Rádio Renascença, o ministro do Ambiente diz que a opção Alcochete, proposta pela Confederação da Indústria Portuguesa, "resolve muitos, mas muitos problemas" que outras opções na margem Sul tinham.

"Nesse sentido, é uma opção que ganha grande credibilidade", disse Nunes Correia, recordando que a escolha da Ota foi motivada por razões ambientais, dado que a alternativa que então havia na margem Sul do Tejo era mais desfavorável.

Procurando "clarificar" as declarações do titular da pasta do Ambiente, Mário Lino explicou hoje que Nunes Correia quis dizer que a opção do Campo de Tiro de Alcochete "é mais vantajosa" do que as outras na margem sul e "não fez nenhuma comparação com nenhuma outra localização".

"Todos os ministros têm as últimas decisões em muitas matérias", afirmou Mário Lino, reconhecendo que o ministro do Ambiente "tem uma palavra importante a dizer" nesta questão.

Aeroporto de Beja operacional até ao final de 2008

Quanto ao aeroporto de Beja, o ministro das Obras Públicas garantiu que as obras de construção estão a decorrer dentro dos prazos, devendo a infra-estrutura estar operacional até final de 2008. "O objectivo do Governo é ter o aeroporto de Beja operacional até ao final de 2008", declarou o ministro.

A infra-estrutura, com um investimento total de 33,1 milhões de euros, servirá o transporte de passageiros e carga, além de permitir a manutenção de aeronaves.

Garantindo que "as obras estão a decorrer dentro dos prazos e sem variações significativas", Mário Lino afirmou que se trata de uma infra-estrutura com "potencialidades muito grandes", apontando-a como "um dos vértices do triângulo de desenvolvimento do Alentejo", a par do porto de Sines e Alqueva. "O aeroporto de Beja vai ter implementação regional e servir, essencialmente, para satisfazer as necessidades de transporte aéreo do potencial turístico do Alentejo e como complemento aos aeroportos de Lisboa e Faro", declarou.

Na opinião do ministro, a infra-estrutura vai servir para escoar produtos e mercadorias provenientes da agricultura regional e do Porto de Sines. "O Governo, as autoridades locais e os agentes económicos terão que potenciar esta infra-estrutura", defendeu, prevendo que o aeroporto poderá ter ainda outras valências, como a manutenção de aeronaves, ensino de pilotagem e indústria aeronáutica.