"Este problema surgiu apenas pela campanha eleitoral e pelos resultados das sondagens", acusou Manuel Alegre, em declarações aos jornalistas, no final de um almoço a convite do American Club, no Hotel Sheraton, em Lisboa.

O deputado do PS Manuel Pizarro, que disse falar em nome de "dezenas de deputados", defendeu hoje que "não é respeitador da ética republicana alguém beneficiar da sua condição de deputado e, depois, não cumprir os deveres inerentes a essa função", faltando às sessões plenárias.

"Por que é que os outros deputados não suspendem e o ex-Presidente da República, o ex-primeiro-ministro não suspendem também o estatuto que têm? Por que é que só exigem isso a mim?", replicou Manuel Alegre.

"Isso é um problema meu. Não há tribunais políticos em Portugal. Quem faz os juízos dos meus actos sou eu próprio e o povo português na altura das eleições", argumentou, sobre a decisão de suspender ou não o seu mandato de deputado.

Manuel Alegre faltou hoje ao debate e à votação final global do Orçamento de Estado (OE) para 2006, depois de ter faltado aos três dias de discussão e votação na generalidade da proposta do Governo, faltas que justificou com "trabalho político".

Ontem à noite, em entrevista à RTP, o candidato a Belém disse que não iria ocupar o seu lugar na bancada do PS porque o seu voto não seria necessário para a aprovação do OE e para evitar constrangimentos futuros caso seja eleito Presidente da República.