TVI esclarece saída de Marcelo Rebelo de Sousa ainda hoje

Foto
Marcelo Rebelo de Sousa (à dir.) fazia comentários políticos na TVI há quatro anos e meio André Kosters/Lusa (arquivo)

A saída do ex-presidente do PSD da estação de Queluz foi hoje avançada pelo próprio em declarações à Lusa, na sequência de uma conversa com o presidente da Media Capital, ocorrida a pedido de Miguel Paes do Amaral.

"Na sequência de conversa da iniciativa do presidente da Media Capital, Miguel Paes do Amaral, decidi cessar, de imediato, a colaboração na TVI, na qual sempre pude livremente conceber e executar durante quatro anos e meio", disse Marcelo Rebelo de Sousa, que fazia comentários políticos ao domingo no "Jornal Nacional" da TVI desde o dia 13 de Maio de 2000.

Em declarações à Lusa, anteontem, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, afirmou que se sentia "revoltado com as mentiras" e com as "falsidades" proferidas todos os domingos "por um comentador", que, disse, "tem um problema com o primeiro-ministro".

"Em toda a Europa, trata-se de um caso único. Não há em país algum uma pessoa a perorar 45 minutos sobre política sem ser sujeita ao contraditório e apenas a defender os seus interesses pessoais", afirmou Rui Gomes da Silva.

No seu último comentário na TVI, no domingo, Marcelo Rebelo de Sousa criticou a tolerância de ponto de segunda-feira concedida pelo Governo de Santana Lopes, dizendo que essa decisão "é pior do que o pior" do ex-primeiro-ministro António Guterres.

Segundo Rui Gomes da Silva, "nem o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda juntos conseguem destilar tanto ódio ao primeiro-ministro e ao Governo como esse comentador [Marcelo Rebelo de Sousa], que, sob a capa de comentário político, transmite sistematicamente um conjunto de mentiras com desfaçatez e sem qualquer vergonha".

Ontem, e apesar das forte críticas, Rui Gomes da Silva negou qualquer intenção do Executivo de acabar com os comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI, reiterando o seu entendimento de que a Alta Autoridade para a Comunicação Social deveria "exigir o contraditório" na intervenção do ex-presidente dos sociais-democratas naquela estação de televisão.

Sugerir correcção
Comentar