Voyager em digressão nacional para promover "design"
A "exposição-instalação" itinerante em que participam 40 criadores portugueses e estrangeiros, de diferentes disciplinas (a artista plástica Joana Vasconcelos, o músico Sam The Kid, os designers Fernando Brízio e Nick Holland, o realizador Sandro Aguilar são alguns) seguirá depois o percurso Torres Vedras-Vila Real-Bragança, com paragens obrigatórias.
"Tínhamos na mão um projecto que comunica cultura portuguesa contemporânea que merecia ser rentabilizado, não morrer ali, na Bienal, e ser levado a outras cidades", explica a comissária Guta Moura Guedes. O projecto foi apresentado às capitais de distrito e outras cidades interessadas. O Instituto das Artes e a Galp foram parceiros financeiros das autarquias para suportar os custos do projecto.
Barcelona, Paris e Madrid foram as primeiras paragens, antes da Bienal, em Outubro de 2003, quando a Voyager se instalou na Praça do Comércio, em Lisboa. Guta Moura Guedes disse, na altura, que um dos objectivos era transformar a Voyager num "work in progress" e incorporar objectos das cidades por onde passasse.
Por enquanto, não vai incorporar objectos, mas vai promover a cultura das cidades portuguesas: "O objectivo é aproveitar a Voyager e fazer com que este seja um motivo para uma maior produção cultural." Há, por isso, um projecto de parceria com escolas, galerias ou livrarias das cidades que acolhem a digressão, um programa paralelo "com interlocutores culturais" que "dá às cidades uma dinâmica acrescentada enquanto lá está a Voyager".
Alguns criadores do projecto estarão nas cidades para debater o "design" na cultura contemporânea e "explicar às pessoas o que é aquele objecto que se instalou na cidade".
Enquanto a Voyager circula, em Lisboa, a equipa da Experimenta está já a preparar a próxima Bienal. O núcleo da direcção foi reforçado - a Guta Moura Guedes, Pedro Gadanho e João Paulo Feliciano junta-se o designer Miguel Vieira Baptista. Gadanho e Feliciano abandonaram a direcção da Associação Experimenta (associação que organiza e promove a Bienal) por motivos pessoais.
No final da próxima semana, haverá a primeira reunião internacional com curadores e representantes de instituições de 15 países (como o Brasil - a Experimenta vai colaborar com a Bienal de Arquitectura e Design de São Paulo -, Espanha, Suécia, Holanda, Finlândia ou França) para preparar a próxima Bienal, em 2005.