Descobertos mais de mil animais embalsamados num armazém em Valência — de ursos a espécies extintas
Estima-se que a colecção ronde os 30 milhões de euros. Há ursos polares, crocodilos e até espécies que já estão extintas, como o órix-de-cimitarra. O proprietário pode ser acusado de contrabando ou crimes ambientais.
A guarda civil espanhola confiscou, este domingo, um armazém com mais de 50 mil metros quadrados em Bétera, Valência, onde estavam guardados mais de mil animais embalsamados.
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A guarda civil espanhola confiscou, este domingo, um armazém com mais de 50 mil metros quadrados em Bétera, Valência, onde estavam guardados mais de mil animais embalsamados.
Fazem parte desta colecção ursos polares, elefantes, crocodilos, mas também 405 outras espécies protegidas pela CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção) — algumas extintas, como o órix-de-cimitarra, outras praticamente, como o adax (um tipo de bovídeo) ou o tigre-de-bengala.
A operação Valcites, levada a cabo pela equipa de Protecção da Natureza da Guarda Civil de Valência, em conjunto com membros do Instituto Legal e de Ciências Forenses, e com a colaboração da Europol, começou em Novembro de 2021, altura em que os agentes tiveram conhecimento da existência de uma possível colecção privada de animais.
Este domingo, depois de entrar no armazém, a guarda civil encontrou 1090 animais embalsamados, bem como 198 dentes de elefante de marfim, um sofá em pele de crocodilo, 20 patas de elefante transformadas em bancos e peles de leopardo e chita: uma colecção que se estima que ronde os 30 milhões de euros.
Um vídeo partilhado no Twitter da guarda civil mostra a colecção de animais dissecados, naquela que diz ser “a maior apreensão a nível nacional e uma das maiores da Europa”. O proprietário, um empresário de Valência, está sob investigação por contrabando e potencial atentado ambiental.
Na fase seguinte da investigação, a guarda civil deverá “proceder à análise de toda a documentação fornecida pelo proprietário, para justificar a posse das peças”, explica a guarda civil em comunicado.
De acordo com o El País, a ideia é que, devido ao bom estado de conservação dos animais, estes acabem por ser transferidos para um museu.