Há quem passe o dia inteiro a trabalhar e procrastine na hora de ir dormir
A expressão “revenge bedtime procrastination” antecede a pandemia, mas o teletrabalho deu-lhe um peso mais robusto. As pessoas que mais resistem ao sono são as que menos tempo para o lazer conseguem arranjar durante o dia. Divertem-se (ou tentam divertir-se) durante a madrugada — apesar de saberem do mal que estão a fazer à saúde.
O ano em que Catarina Moreira concluiu a licenciatura em Design de Moda e Têxtil, no Instituto Politécnico de Castelo Branco, foi o último em que teve uma rotina “saudável”. Desejosa de entrar no mercado de trabalho, a estudante, natural de Famalicão, depressa começou a fazer “mil coisas ao mesmo tempo”. Hoje, aos 26 anos, trabalha de segunda a sexta em Guimarães, numa empresa associada à venda de roupa e acessórios de luxo, e também tem clientes que requisitam os seus serviços enquanto freelancer. Há semanas em que não tira um único dia para descansar.