Pedro Penim testa a narrativa clássica e a abolição da família
A abertura de temporada do Teatro São Luiz está entregue a Pais & Filhos, peça faiscante inspirada pelo livro de Turguéniev que põe em cena o conflito geracional, mas reconfigurado à luz do niilismo queer e da gestação por substituição.
Terá sido Francisco Frazão, ex-programador da Culturgest e actual director artístico do Teatro do Bairro Alto, a alertar Pedro Penim para o facto de haver sempre um “pano de fundo” autobiográfico nas suas criações fora do contexto do Teatro Praga (companhia que Penim fundou em 1995). “Em tudo aquilo que fiz, desde coisas mais poéticas a outras mais concretas e politizadas no sentido da exposição e da teoria política, o facto de partir sempre de um facto biográfico é absolutamente fundamental”, confirma ao Ípsilon. Porque foi nessa idiossincrasia que descobriu “uma voz diferente” daquela que assume no colectivo. “E não o faço por vontade de expor-me”, explica, “mas porque me acontece de forma mais natural.”