2021, odisseia na Laguna: um festival faz-se à agua

Um Pedro Almodóvar envolvente, Madres Paralelas, abriu a competição oficial do 78.º Festival de Veneza. Ao lado, Les Promesses, de Thomas Kruithof, fez o arranque da secção Horizontes. Mas foi Atlantide, de Yuri Ancarani, exploração de uma ilha mágica, como uma trip, que ficou a ecoar neste primeiro dia no Lido.

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Pedro Almodóvar em Veneza entre as "mães paralelas" do seu novo filme: Milena Smith e Penélope Cruz YARA NARDI/REUTERS

A potência visual de Atlantide, de Yuri Ancarani, irradia a partir da secção Horizontes da 78.ª edição do Festival de Veneza, que esta quarta-feira começou no Lido. Estamos na Laguna, mas longe dos palazzi, afastados por isso quer de Morte em Veneza (Luchino Visconti, 1971) quer do labirinto de canais e igrejas de Aquele Inverno em Veneza (Nicholas Roeg, 1973). Estamos mais perto, talvez, da desolação lunar de Agostino (Mauro Bolognini, 1962), que se deslocava para as traseiras e para os subúrbios da Laguna.

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A potência visual de Atlantide, de Yuri Ancarani, irradia a partir da secção Horizontes da 78.ª edição do Festival de Veneza, que esta quarta-feira começou no Lido. Estamos na Laguna, mas longe dos palazzi, afastados por isso quer de Morte em Veneza (Luchino Visconti, 1971) quer do labirinto de canais e igrejas de Aquele Inverno em Veneza (Nicholas Roeg, 1973). Estamos mais perto, talvez, da desolação lunar de Agostino (Mauro Bolognini, 1962), que se deslocava para as traseiras e para os subúrbios da Laguna.