Incêndios florestais matam 65 pessoas na Argélia, que pede ajuda internacional
Entre as vítimas estão 25 militares que ajudavam no combate às chamas. Governo fala em fogo posto. Temperaturas ultrapassam os 40C na região mais atingida pelos incêndios.
Pelo menos 65 pessoas, incluindo 25 militares, morreram na região da Cabília, no nordeste da Argélia, na sequência dos violentos incêndios florestais que continuam a lavrar naquela zona montanhosa de difícil acesso a leste da capital Argel. Os militares vitimados participavam em operações de combate às chamas e de retirada de populações em Bugia e em Tizi Ouzou.
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Pelo menos 65 pessoas, incluindo 25 militares, morreram na região da Cabília, no nordeste da Argélia, na sequência dos violentos incêndios florestais que continuam a lavrar naquela zona montanhosa de difícil acesso a leste da capital Argel. Os militares vitimados participavam em operações de combate às chamas e de retirada de populações em Bugia e em Tizi Ouzou.
Desde a noite de segunda-feira que estão activos cerca de 50 fogos, auxiliados pelas elevadas temperaturas, que ultrapassam os 40C e que deverão manter-se nos próximos dias. Esta terça-feira, o ministro argelino do Interior, Kamel Beldjoud, sugeriu contudo que as chamas terão origem criminosa. “Trinta incêndios ao mesmo tempo na mesma região não pode ser uma coincidência”, afirmou, citado pela Reuters. Não há, no entanto, registo de qualquer detenção efectuada até ao momento.
Entretanto, o primeiro-ministro Ayman Benabderrahmane anunciou que Argel já pediu auxílio à comunidade internacional, e que o país está em negociações para receber aviões de combate aos incêndios e respectivas tripulações.
O calor extremo dos últimos dias no Norte de África, Sudeste Europeu e Médio Oriente está na origem de uma vaga de incêndios que tem atingido particularmente a Turquia, o Chipre, o Líbano, a Grécia e a Itália. Paralelamente, nas últimas semanas, registaram-se violentos incêndios na América do Norte e na Sibéria.
Na segunda-feira, o mais recente relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) alertou para a inevitabilidade dos efeitos graves da subida da temperatura média da atmosfera terrestre causada pela acção humana. Na bacia do Mediterrâneo, e em Portugal, as consequências previstas passam sobretudo por ondas de calor mais frequentes, períodos de seca mais prolongados e pela chuva concentrada de forma mais intensa em curtos períodos de tempo.