Os divertidos bastidores dos Jogos Olímpicos, segundo os atletas no TikTok
Nem só de treinos e concentração se faz um atleta olímpico, mostram os vídeos no TikTok onde eles nos guiam pelos bastidores secretos da vila, revelam as rotinas diárias, brincam com as derrotas e galgam as tendências da rede social. Se as histórias e diferentes percursos dos atletas sempre foram uma das melhores partes das Olimpíadas, agora são eles mesmos que as filmam.
Tudo começou, claro, com as 18 mil camas de cartão. Depois de alegadas críticas por serem camas anti-sexo, um rumor desmentido pela organização japonesa, a equipa de râguebi norte-americana testou a resistência do cartão duro para diversas actividades, enquanto a jogadora de pólo aquático Tilly Kearns explicou alguns dos benefícios do material escolhido somente por ser mais sustentável.
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Tudo começou, claro, com as 18 mil camas de cartão. Depois de alegadas críticas por serem camas anti-sexo, um rumor desmentido pela organização japonesa, a equipa de râguebi norte-americana testou a resistência do cartão duro para diversas actividades, enquanto a jogadora de pólo aquático Tilly Kearns explicou alguns dos benefícios do material escolhido somente por ser mais sustentável.
Num ano em que as medidas de segurança devido à pandemia de covid-19 deixam o público ainda mais distante dos atletas olímpicos e paraolímpicos, eles estão a fazer visitas guiadas no TikTok aos secretos bastidores da vila olímpica — e a mostrar que há mais nos Jogos do que as câmaras de televisão em Tóquio filmam.
Ilona Maher, da equipa de râguebi norte-americana, não se orgulha do tempo de ecrã das últimas semanas (seis horas por dia), depois de “estar constantemente a fazer tik toks”, tanto para “aliviar o stress dos jogos”, como para apressar os momentos mais aborrecidos entre competições. A jogadora de 24 anos é uma das atletas que ficou viral na rede social de vídeos curtos onde revela a rotina de ginásio das colegas, fala sobre ganhar coragem para falar com os jogadores de voleibol da selecção da Roménia e mostra como uma colega de equipa penteia todas as outras antes dos jogos.
Se as histórias de vida e diferentes percursos dos atletas sempre foram uma das melhores partes das Olimpíadas, agora são eles mesmos que as filmam com o próprio telemóvel.
“Mais alguém também pensa que o TikTok muda completamente as Olimpíadas?”, pergunta um utilizador, depois de ver os vídeos com as rotinas da manhã dos atletas que, escreve, “afinal são tão normais e engraçados”. Erica Ogwumike, que joga basquetebol pela Nigéria e está no segundo ano da faculdade de Medicina, fez um dueto com o vídeo do jovem utilizador, onde se filma a responder a emails. “Somos muito normais, juro”, escreve.
Com o relaxamento das regras restritas impostas às publicações nas redes sociais nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, os atletas estão a divertir-se, também, online. Muitos dos vídeos na For You Page dos utilizadores da rede social, maioritariamente muito jovens, são agora dos atletas de alto rendimento que fazem publicações regulares (hilariantes), mesmo durante um dos momentos mais críticos das suas carreiras profissionais.
Cody Melphy, da equipa de râguebi norte-americana, filmou-se a lavar e estender o equipamento depois da equipa da lavandaria ter, alegadamente, perdido a sua roupa suja. Num outro vídeo, pede desavergonhadamente a atenção de potenciais patrocinadores. Ali Gibson, a competir por Porto Rico, brinca com o facto de nesta edição não terem sido distribuídos preservativos. Surfistas e skaters, uma estreia nas Olimpíadas, brincam com os fãs que, este ano, começaram a gostar de ver a competição.
Entre piadas sobre estarem atraídos por “semideuses” de nacionalidades diferentes, há vídeos que mostram as relações saudáveis entre atletas e treinadores e uma abordagem positiva ao descanso, imagem corporal e à alimentação, mensagens que poderão ser importantes para futuros atletas. Como o mergulhador Tyler Downs resume, num vídeo onde se finge triste pela surpreendente descoberta que os atletas também podem ser hilariantes: “Não somos apenas atléticos.”