Há “uma coisa” com carros. No Crash, de David Cronenberg, é mesmo essa a matéria explícita do filme: misteriosamente sem mistério, os carros. Depois, por exemplo, os filmes de Claude Sautet, em que o automóvel fortifica a coesão do grupo e as personagens precisam, a dado momento, de entrar num automóvel para serem tocadas por esse “tratamento”. Drive my Car, de Ryusuke Hamaguchi, parece ter a ver com esta linhagem. Aliás as personagens do filme do realizador japonês têm consciência de que algo num automóvel as faz entrar em diálogo profundo com elas próprias, desafiando o seu mutismo, as suas fugas, as suas manobras de distracção.
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Há “uma coisa” com carros. No Crash, de David Cronenberg, é mesmo essa a matéria explícita do filme: misteriosamente sem mistério, os carros. Depois, por exemplo, os filmes de Claude Sautet, em que o automóvel fortifica a coesão do grupo e as personagens precisam, a dado momento, de entrar num automóvel para serem tocadas por esse “tratamento”. Drive my Car, de Ryusuke Hamaguchi, parece ter a ver com esta linhagem. Aliás as personagens do filme do realizador japonês têm consciência de que algo num automóvel as faz entrar em diálogo profundo com elas próprias, desafiando o seu mutismo, as suas fugas, as suas manobras de distracção.