Marcelo assume “salvação preventiva do Orçamento” e adverte contra crise política: “Já temos a pandémica e a económica e social”

Presidente da República nega conflito com o Governo, justifica promulgação dos apoios sociais com uma “salvação preventiva” do Orçamento do Estado e apela à responsabilidade colectiva em vésperas de nova fase do desconfinamento.

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O Presidente da República voltou este sábado a advertir contra um cenário de crise política em Portugal. “Crise, crise, já nos bastam duas. Já temos a pandémica e a económica e social. Acrescentar qualquer outra crise a estas crises é uma coisa que não faz sentido nenhum”, afirmou, após uma visita ao lar Quinta Alegre da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na capital, ao ser questionado pelos jornalistas sobre o conflito aberto com o Governo na sequência da promulgação de diplomas de apoios sociais aprovados contra vontade do Executivo de António Costa, que pediu a sua apreciação pelo Tribunal Constitucional.

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O Presidente da República voltou este sábado a advertir contra um cenário de crise política em Portugal. “Crise, crise, já nos bastam duas. Já temos a pandémica e a económica e social. Acrescentar qualquer outra crise a estas crises é uma coisa que não faz sentido nenhum”, afirmou, após uma visita ao lar Quinta Alegre da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na capital, ao ser questionado pelos jornalistas sobre o conflito aberto com o Governo na sequência da promulgação de diplomas de apoios sociais aprovados contra vontade do Executivo de António Costa, que pediu a sua apreciação pelo Tribunal Constitucional.

Marcelo Rebelo de Sousa justificou a promulgação dos apoios sociais com “uma salvação preventiva do Orçamento do Estado, à distância de uns meses”.

“Temos um Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Temos um país numa crise económica e social profunda. Temos à nossa frente anos decisivos. Os próximos dois Orçamentos são fundamentais para o Governo chegar a 2023. Senão não chega. Se há uma crise antes de 2023, nós temos uma crise a meio da execução do PRR e dos fundos europeus, que não aproveita a ninguém, nem ao Governo nem às oposições. Portanto, se quiser, o que eu estou a fazer é uma salvação preventiva do Orçamento”, disse.

“O que eu estou a dizer, à distância de uns meses, é que vem aí um Orçamento. Se me perguntar se pensei nisso quando decidi sobre alguns diplomas, também”, afirmou aos jornalistas.

“Eu fui eleito para resolver problemas e evitar crises”, reiterou. 

O apelo contra uma crise política foi feito após Marcelo Rebelo de Sousa ter assumido a sua “preocupação” com o que se assemelha cada vez mais a uma “quarta vaga” da pandemia de covid-19 na Europa. "Temos de fazer tudo para que não haja quarta vaga em Portugal”, disse, apelando a um esforço colectivo para evitar “recuos que seriam dramáticos para a vida de todos nós”.

Portugal inicia na segunda-feira uma nova fase do desconfinamento, com a reabertura de escolas do 2.º e do 3.º ciclo, das esplanadas, museus, feiras e ginásios, entre outros equipamentos, e na terça-feira é retomada a circulação entre concelhos, restringida durante a semana da Páscoa.

“Façamos todos tudo o que está ao nosso alcance para que o R não suba, para que a transmissibilidade não suba, para que o número de casos não suba, para que o número de internados e doentes nos cuidados intensivos estabilize ou reduza como tem acontecido nos últimos tempos”. Marcelo Rebelo de Sousa afirma que “Abril é crucial para esse efeito”, aproveitando o facto de ser “um mês intenso de vacinação”.