Está a chegar a Páscoa e é bastante provável que o modelo do ritual da época que toma conta de Corrèze, na (antiga) região francesa de Limousin, repita aquele que foi adoptado há um ano, cortesia da pandemia. Há muitos mais anos do que aqueles que os membros do sexteto San Salvador poderão atestar, a população corre de porta em porta noite e madrugada dentro, numa turba cada vez mais numerosa, acordando os conterrâneos enquanto canta “réveillez-vous, les gents que setz endurmits / oh! la grande grande folie que de dormir sans soucis!”. Cantam em occitano, conjunto de dialectos relativo à antiga Occitânia (sul de França), aquilo que em português se poderá traduzir por “acordem, vós que dormis, oh! a grande grande loucura, que sono despreocupado!”. “É uma espécie de tradição cristã, mas cujas origens são mais longínquas e pagãs”, explica Thibault Chaumeil, “e é um ritual que ainda praticamos.” Há um ano, os novos cuidados sanitários levaram a que a tradição se cumprisse dividida por uma série de grupos que evitassem qualquer efeito de multidão e que lograssem não despertar o novo coronavírus.
Opinião
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