Esta história devia ser outra, devia contar-se de outra maneira. Mas a vida faz as suas próprias escolhas e vira, com frequência, os planos do avesso. Em Novembro de 2019, José Mário Branco morreu horas depois de ter dirigido a última sessão de estúdio de um álbum de Marco Oliveira ainda inédito. Na semana seguinte, marcava o calendário, arrancaria com os trabalhos para este disco de Duarte agora publicado. Os dois tinham passado meses a escrever-se e a trocar impressões sobre uma nova fornada de composições, sobre o guião e a dramaturgia que sustentava e ligava essas canções, sobre a instrumentação escolhida para defender estas narrativas, num minucioso trabalho de preparação que mostrou ao cantor o quanto “não tinha até então a noção da importância do trabalho de pré-produção de um disco”. “Pensamos muitas vezes apenas na produção e nas questões da gravações”, diz Duarte, “mas há todo um trabalho de arquitecto por detrás, e aí o Zé Mário era genial — na forma como abordava cada tema na sua individualidade, mas também na forma como pensava o disco no seu todo.”
Opinião
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