O poleiro do guarda-rios, o bafo gelado e as melhores fotografias de aves silvestres
O fotógrafo Ricardo Lourenço recebeu uma menção honrosa no concurso de fotografia de natureza As Aves Silvestres. A fotografia vencedora é da autoria de Remo Savisaar, da Estónia.
A fotografia de um guarda-rios num dos seus poleiros habituais valeu a Ricardo Lourenço uma menção honrosa (na categoria Aves no seu Ambiente) no concurso de fotografia de natureza As Aves Silvestres organizado pela FIO (Feira Internacional de Turismo Ornitológico) — a mais antiga do sector em Espanha e uma das mais importantes da Europa.
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A fotografia de um guarda-rios num dos seus poleiros habituais valeu a Ricardo Lourenço uma menção honrosa (na categoria Aves no seu Ambiente) no concurso de fotografia de natureza As Aves Silvestres organizado pela FIO (Feira Internacional de Turismo Ornitológico) — a mais antiga do sector em Espanha e uma das mais importantes da Europa.
Natural de Portalegre, onde vive, Ricardo (1982) dedica-se à fotografia de natureza desde 2007, tendo reservado uma boa parte dos últimos dois anos à observação e captação de imagens desta ave que considera “emblemática”. Habituou-se a ver este guarda-rios junto ao rio Sever, Marvão, e por isso planeou a fotografia. “Costumo fotografar com teleobjectiva, mas como sabia deste poleiro camuflei uma grande angular com disparador remoto e esperei”, conta à Fugas Ricardo Lourenço, que optou por esta composição para “dar espaço” à ave, mostrando o seu habitat.
Ao invés do tradicional “fundo limpo” — imagem de marca de muitos fotógrafos de vida selvagem —, apostou numa abordagem diferente. “Queria passar uma mensagem diferente sem tirar naturalidade à foto”, explica o fotógrafo, habituado a conquistar o seu espaço no ambiente reservado à natureza. “O guarda-rios é muito rápido”, diz a propósito. “Pode passar por mim, mas não vai parar se me vir. Todas as aves selvagens são furtivas. E por isso às vezes é preciso camuflagem e seis, sete, oito horas para fazer uma foto. Isto se a ave colaborar”, sorri.
“É preciso estudar a espécie, conhecer os seus hábitos e fazer muita observação. Faz parte do trabalho e da magia”, sublinha Ricardo Lourenço, que assina uma reportagem na edição de Abril da National Geographic Portugal cujo tema é o lince. “Um trabalho de um ano e meio”, anota.
O bafo gelado
O primeiro prémio do concurso foi entregue ao estoniano Remo Savisaar, com a imagem Lekking capercaillie. A fotografia de Savisaar (1978), vencedora na categoria Retratos de Aves, mostra o bafo gelado de um tetraz num dia de Inverno e foi escolhida pelos elementos do júri (formado por quatro fotógrafos de natureza e um representante da Junta da Extremadura) entre 5406 imagens provenientes de 37 países.
Amor sob a neve, de José Manuel Castrillo Pérez (Espanha) venceu a categoria Aves no seu Ambiente, Mirror image, de Bence Mate (Hungria) foi o mais votado na categoria Aves em Acção, ficando para a foto Trayectos de seducción, de José Juan Hernández (Espanha), a distinção na categoria Visão Artística das Aves. Para além disso, Cantos de Primavera, de Andrés Luis Domínguez Blanco (Espanha), foi a fotografia vencedora na categoria Jovens Fotógrafos, para menores de 18 anos.
Como nas edições anteriores, a organização estabeleceu um prémio especial Fotógrafo da Extremadura — para todos os participantes nascidos ou registados na região —, desta vez entregue a Francisco Javier Sánchez Cabecera.
O concurso atribui um total de cinco mil euros em prémios, dos quais 1.650 euros correspondem ao principal vencedor.
As restantes menções honrosas: Marc Costermans (Bélgica) por Love, Bence Mate (Hungria) por Thief, Pratik Pradhan (Índia) por Gulls & Ghosts e Carlos Pérez Naval (Espanha) por Primeras Nieves.
As imagens vencedoras e finalistas estão em exposição no Centro Cultural El Cuartel, em Mirabel, Cáceres, Espanha, até finais de de Março.