Bong Joon Ho, realizador de Parasitas, será presidente do júri do Festival de Veneza
A 78.ª edição decorrerá de 1 a 11 de Setembro.
O realizador sul-coreano Bong Joon Ho vai presidir, em Setembro, ao júri do 78.º Festival Internacional de Cinema de Veneza, em Itália, que decorrerá de 1 a 11, anunciou a direcção esta sexta-feira.
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O realizador sul-coreano Bong Joon Ho vai presidir, em Setembro, ao júri do 78.º Festival Internacional de Cinema de Veneza, em Itália, que decorrerá de 1 a 11, anunciou a direcção esta sexta-feira.
“Como presidente do júri – e mais importante, como um eterno cinéfilo –, estou pronto para contemplar e aplaudir todos os óptimos filmes seleccionados pelo festival”, disse o realizador de Parasitas, também em comunicado. O director do festival, Alberto Barbera, recordou que é a primeira vez que um realizador sul-coreano é nomeado para presidir ao júri, e que a decisão demonstra que cineastas de todo o mundo podem considerar Veneza a “segunda casa”.
Embora, é claro, tenha sido noutros festivais que Bong Joon Ho, 51 anos, se destacou internacionalmente, com Memories of a Murder (2003), premiado em San Sebastian (talvez seja a sua obra-prima), The Host - A Criatura (2006) e Mother - Uma Força Única (2009), estreados em Cannes. Onde também se estreou Okja (2017), que era um filme Netflix e que por isso esteve na origem de uma polémica, primeiro (de que uma das vozes foi o presidente do júri da competição desse ano, Pedro Almodóvar, para quem seria paradoxal que uma Palma de Ouro ou outro prémio fossem parar a um filme sem distribuição convencional), e depois de um braço de ferro entre o festival francês e a plataforma de streaming. É que a exibição a concurso do filme do coreano foi a oportunidade esperada para Cannes rever a sua posição sobre a presença a concurso de filmes cuja distribuição se faz em streaming. A partir de 2018, decidiu não aceitar filmes em competição que não tivessem garantida distribuição em sala, forma de fazer eco da contestação que entretanto irrompeu na indústria francesa pelo facto de o serviço da Netflix estar a concorrer com os seus produtos sem se preocupar com os espectadores que não fossem seus subscritores.
A consagração internacional de Bong Joon Ho dar-se-ia com Parasitas (2019), comédia, tragédia sul-coreana, reflexão sobre ricos e pobres e diferenciação social, que em 2020 conquistou vários prémios, entre os quais a Palma de Ouro em Cannes, e fez história nos Óscares, porque nunca antes um filme estrangeiro tinha vencido o prémio de melhor filme. Recebeu ainda os Óscares de Melhor Realização, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Argumento Original.
O júri de Veneza 2020, o único dos festivais maiores que se realizaram o ano passado em edição física, aproveitando uma “aberta” da pandemia, foi presidido por Cate Blanchett e premiou com o Leão de Ouro Nomadland, de Chloé Zhao, que ainda não foi distribuído comercialmente em Portugal.