Hotéis em estado de emergência: “Isto é quase uma machadada”

Com hotéis a encerrar, a hotelaria que resiste luta dia a dia para manter as portas abertas, mesmo com ocupações abaixo dos 10%. Apesar de vislumbres de esperança por entre o pessimismo, pelo país sente-se um certo medo do futuro – este, mais do que nunca, é “uma incógnita”.

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Hotel Moliceiro de Aveiro

No Porto, onde fecharam 20 hotéis em dez dias, há quem resista, habituado há muitas décadas a crises várias. É o caso do Hotel Aliados, aberto desde 1932. Mesmo que a Baixa, que Fernando Barrias, director do hotel, tão bem conhece, esteja, diz ao PÚBLICO, a “passar um período que nunca ninguém imaginou, pior do que o Crash de 1929”. A partir das 19h, o Porto “parece um deserto”, assinala. Mas o seu hotel persiste, mantendo sete funcionários, apesar de contar apenas 20% da ocupação dos 43 quartos disponíveis. As contas de Fernando Barrias — que diz ser um “sobrevivente” do início do século nos Aliados —, são simples. “Dez, doze quartos. Mas, para já, mantemos tudo como está”, sustenta. E Fernando prevê que nos próximos meses será “mais difícil”. “Vamos mantendo o Hotel Aliados aberto enquanto se justifique. Ou terei que fazer como todos os colegas... vou ter que fechar”, lamenta, apesar de tudo confiante num regresso à normalidade que, na sua opinião, poderá coincidir com a Primavera. “Será uma retoma lenta, mas pode ser que os aviões comecem a aparecer. Sem turismo ninguém sobrevive.”

Pelo hotel Pão de Açúcar, a visão também é de um cenário “dramático” no Porto, comenta Filipe Barrias, irmão de Fernando e director deste hotel aberto em 1953 na Rua do Almada. A hotelaria — “esquecida” e “sem a articulação desejável” — está em vias de “colapso", garante. “As medidas vão sendo anunciadas aos poucos para não criar um choque e o pânico, mas acaba por criar um efeito adverso junto dos poucos turistas que se atrevem a vir à cidade e que não entendem as regras”, defende. “Estamos a funcionar, mas na prática estamos manietados porque ninguém vem para a cidade”, explica Filipe, consciente de que as medidas restritivas serão em breve renovadas, afectando igualmente os números de Dezembro, por tradição um mês de muito trabalho na Baixa portuense. “Costumamos ter muitos fins-de-semana de estadias curtas e estadias prolongadas entre os feriados de 1 e de 8 de Dezembro. Assim, vir à cidade não é nada apelativo”, assume o director do Pão de Açúcar, que vai pedindo aos seus hóspedes que circulem com um comprovativo da reserva dadas as limitações de circulação impostas. Para já, o hotel, “resiliente”, vai manter as portas abertas. A taxa de ocupação é que é “residual": “Quinze por cento já é uma vitória... Está complicado.”

Em Viana do Castelo, o caso não é diferente. Paulo Pedra anda a “devolver dinheiro aos clientes”. "Desde Março que devolvemos o dinheiro a toda a gente. E faz-nos falta. Mas não achamos justo obrigarmos as pessoas a ficarem com vouchers”, sublinha o director do Hotel do Parque, neste momento com quebras de 50% da normal facturação. Estrategicamente, o check in passou a ser feito a partir das 10h, aproveitando-se de certa forma o facto de muitos quartos estarem disponíveis e já devidamente limpos e desinfectados. “Jogo de cintura”, diz Paulo Pedra, que para o próximo fim-de-semana, a exemplo, conta apenas com sete reservas e tem mais de vinte quartos cancelados dos 120 disponíveis. “Devolvi cinco mil euros referentes a este fim-de-semana. É o que eu tenho feito nos últimos meses, devolver dinheiro”, desabafa o director, que nasceu há 48 anos, meses antes da inauguração do hotel de família. No Hotel do Parque ainda trabalham as mesmas 25 pessoas. “Tentamos manter todos”, sublinha, queixando-se sobretudo de uma “fiscalidade muito alta” a saldar. Os clientes portugueses e espanhóis “fugiram muito para esta zona”, mas são “turistas com poder de compra inferior” que apenas ajudam a disfarçar a crise. “Prejuízos acumulados”, anota.

Já na Póvoa de Varzim, os turistas “quase que se evaporaram” das avenidas marginais, constata Vânia Garcia, comercial do Grande Hotel da Póvoa, que até aproveitou os meses de paragem de Março a Junho para acelerar as obras de requalificação. “Foi a única coisa positiva” de um ano para esquecer na perspectiva do hotel com a quarta estrela ainda fresca. Se os estrangeiros desapareceram do mapa, os turistas portugueses, cheios de “incertezas e dúvidas”, “começam a ganhar cada vez mais medo”, diz Vânia Garcia, com os números do último feriado de 5 de Outubro bem presentes. “Noventa por cento das reservas desapareceram devido à falta de informação. Esse vazio e as constantes alterações às regras prejudicam imenso. Os números dos últimos meses têm sido muito baixos, mais do que aquilo que estávamos a prever", continua a comercial, ainda à espera de receber novas indicações relativamente aos tempos que se avizinham. “Que venham e relaxem”, apregoa. “A função da hotelaria é estar presente e dar um certo suporte para que as pessoas possam relaxar, principalmente nos hotéis em frente ao mar.” O Grande Hotel da Póvoa dispõe de 86 quartos. Tem alugado em média menos de dez quartos por dia.

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A faixa no hotel Moliceiro de Aveiro DR

O Six Senses Douro Valley, em Samodães, Lamego, também está a ter um Outono “mais fraco”, mas o seu director nota que, “apesar de tudo, ainda há quem viaje”. “Neste momento temos o hotel com reservas na ordem dos 30%, o que, tendo em conta o cenário que vivemos, não é demasiado mau. Temos a sorte de o nosso resort ficar fora da cidade, num lugar onde as pessoas podem escapar um pouco à loucura que se passa lá fora”, comenta Nicholas Yarnell. Sendo este hotel do Douro dirigido sobretudo a uma clientela de classe alta, Yarnell está esperançado que, mesmo não sendo ainda conhecidas as medidas que estarão em vigor nos dois fins-de-semana prolongados de Dezembro, o Six Senses "consiga captar algumas reservas”. É justamente nessa altura que, a nível internacional, a cadeia de hotéis lançará a iniciativa “Reconnection Days”, com várias actividades “ligadas à natureza e aos outros”. “As pessoas precisam de ser curadas”, comenta Nicholas Yarnell. 

“Precisa-se clientes. Entrada Imediata”

Eis um slogan raras vezes visto no marketing da hotelaria. Mas é mesmo “Precisa-se clientes. Entrada Imediata” que se lê numa faixa colocada no Hotel Moliceiro, em Aveiro, que também se vê a braços com um número de cancelamentos impressionante. “Estamos quase a zero”, lamenta Cristina Durães. Na cidade, também o Hotel das Salinas e o Hotel Aveiro Center (Grupo Albói), registaram cancelamentos de quase todas as estadias previstas para os dois próximos fins-de-semana. Para a administradora, Carla Santos, as novas medidas “são um revés para o sector, na medida em que as viagens domésticas e o turismo ‘cá dentro’ têm sido fundamentais para manter os negócios de portas abertas”.

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Casa de São Lourenço

Fora das cidades, até se poderia esperar outra dinâmica. Mas não é o que está a acontecer em zonas de tradicionais escapadinhas familiares, como a serra da Estrela. Se tudo estivesse a correr conforme previsto, os hotéis da serra estariam já a preparar-se para um dos seus meses de excelência (Dezembro), mas a verdade é que, este ano, os feriados e as férias escolares podem não ser sinónimo de casa cheia. O Loriga Hostel, por exemplo, optou por fechar portas durante este mês e, ainda que mantenha o mapa de reservas para Dezembro aberto, até ao momento não tem registado grande procura. “Se tivermos reservas, abrimos”, declara a proprietária, Sónia Madeira, contrapondo com o cenário registado no ano passado. “Houve grande procura nos feriados”, recorda.

Na Casa de São Lourenço e na Casa das Penhas Douradas (grupo Burel Mountain Hotels), estas últimas medidas também trouxeram alguns cancelamentos. “Está tudo muito volátil. As pessoas têm estado a reservar em cima da hora e os cancelamentos também são feitos em cima da hora”, refere João Tomás. O empresário espera para ver o que acontecerá nas próximas semanas, defendendo que as deslocações para os hotéis fora dos grandes centros deviam continuar a ser permitidas. “Os hotéis do interior ajudam a descongestionar as cidades e podem ter um papel importante na luta contra esta pandemia”, sublinha, deixando, ainda, esta nota: “Até ao momento, não houve registo de qualquer surto de covid-19 num hotel.”

Numa encosta de outra serra, a do Sicó, há, porém, outra experiência numa aldeia que renasceu para o turismo. O concelho de Soure, onde ficam as 14 casas de Villa Pedra, não integrou a lista inicial dos 121 concelhos sob regras mais restritas, salvaguarda Manuel Casal, proprietário deste empreendimento de turismo rural. E continua a não integrar a lista actualizada esta quinta-feira para 191 municípios onde há mais restrições“Para já, nada disto nos afecta”, diz Manuel Casal. O facto de as casas serem isoladas e terem jardim faz com que os interessados continuem a reservar e a fazer estadias mais longas, aproveitando para trabalhar a partir dali. “Aqui sentem-se livres”, resume.

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Hotel Britania DR

“Já estava muito mal e isto é quase uma machadada"

Já na capital, sob medidas do estado de emergência, o cenário é diferente. “Está cá tudo, só falta confiança e clientes”, diz Ana Rodrigues, gestora de marketing dos Hotéis Heritage, com várias unidades emblemáticas em Lisboa. Mas com uma “ocupação abaixo dos 10%” não há espaço para muito: o grupo já pôs “em pausa” as Janelas Verdes e o Solar do Castelo (com a possibilidade de, a haver reservas, reabrir) mas mantém em operação o clássico Britania, o Heritage Av. Liberdade e o Lisboa Plaza. Tinham fechado tudo em Março, reabriram mas agora volta tudo a ser uma “incógnita”. E assim que foram anunciadas as novas medidas do estado de emergência sentiu-se de imediato: “A procura parou, houve algumas reservas pontuais mas muito pouco” e tudo para dias seguintes. Mesmo com foco no mercado interno, tarifas flexibilizadas e “campanhas de última hora”, só resta a esperança de “sobreviver a isto”. Talvez com “a vacina”, ou pelo menos “medidas concertadas da UE”, comece a haver mais confiança. E clientes.

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Onyria Quinta da Marinha DR

Em Cascais, também João Pinto Coelho, director de vendas do grupo Onyria – com hotéis e campos de golfe em Cascais e Algarve e restauração na Grande Lisboa –, não esconde a frustração de ver os números “abaixo dos 10% de ocupação”. O impacto do estado de emergência foi doloroso. “Já estava muito mal e isto é quase uma machadada a nível de ocupações, de performance. “Estamos a equacionar tudo”, refere, lembrando que há custos e dificuldades também no “fechar e reabrir”. Mas para já há uma decisão tomada: na Quinta da Marinha mantêm-se abertos, mas “com um prejuízo grande”. Pinto Coelho considera que, apesar de ser “impossível tentar adivinhar” o que ainda pode aí vir, é necessário manter a referência e “manter o ânimo de estar aberto”, incluindo para as equipas de trabalhadores. “Não desistir”, remata. Por isso experimentam ideias, como a de um “confinamento de luxo”: trouxeram o restaurante Monte Mar do Guincho para o Onyria Quinta da Marinha, permitindo um programa especial para os clientes que junta o alojamento no resort e o acesso à restauração no fim-de-semana (fica por 49 euros por pessoa em quarto duplo, mais refeições). “Relembra que estamos abertos”, nem é de esperar daqui “receita significativa”. Uma prova de resistência.

No mesmo tom vive a Casa Palmela, no Parque Natural da Arrábida. “Fechar está fora de questão”, diz ao PÚBLICO Salvador Holstein, director do pequeno hotel com 21 quartos e com casas para alojamento local. O hotel tem recebido hóspedes que optam por estadias mais longas. “Temos um espaço de eventos que facilmente é convertido em escritório”, explica, acrescentando que depois dos meses em que foram obrigados a estar fechados, o Verão até correu acima das expectativas. Os planos para o Natal e o Ano Novo mantêm-se. "Enquanto não nos disserem para fechar, vamos trabalhando, cumprindo as regras de segurança e de distanciamento físico - não gosto da expressão ‘distanciamento social'”, refere, dando um exemplo concreto: neste fim-de-semana, estava previsto servirem um jantar de aniversário, o que farão, uma vez que os clientes decidiram, depois de conhecidas as novas regras, incluir a dormida.

A sul, “tempos complicados” mas também esperança

No Alentejo, para os lados de Odemira, resiste algum optimismo. “Existe um impacto negativo mas, por outro lado, também há factores associados à pandemia e às medidas restritivas que geram reservas”, diz Pedro Franca Pinto, proprietário do Craveiral, turismo rural em São Teotónio. Situado numa zona rural, integrado na natureza, com horta e animais, mas mantendo todos os confortos modernos, incluindo wi-fi de alta velocidade e piscina interior, o Craveiral tem sido procurado por quem quer fugir à maior limitação de movimentos e risco de contágio dos grandes centros urbanos. Seja para “passar o fim-de-semana” e escapar ao recolher obrigatório, seja para ficar uma temporada em teletrabalho.

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Craveiral MARTIN KAUFMANN

Essa é precisamente uma das campanhas que têm a decorrer para atrair clientes: na reserva de sete noites em Agosto de 2021, o Craveiral oferece 14 dias para usufruir até ao final de Janeiro ou, em caso de reservas de sete noites em Junho, Julho ou Setembro, oferece sete noites até 31 de Janeiro. Em Dezembro, arranca mais uma iniciativa: o Espaldar, um programa de residências artísticas em diversas áreas para “dinamizar e dar outras perspectivas sobre o que se pode fazer no turismo”. “É um período difícil, de perdas, mas a partir de Março do próximo ano há-de estar ultrapassado ou será o início do recomeço. É ajustar até lá e mantermo-nos fiéis aos nossos princípios.” Pedro Franca Pinto garante que o Craveiral “não vai fechar nenhum dia”. “Estou optimista num futuro a longo prazo.”

“Temos reservas todos os fins-de-semana de Novembro, mas sempre que saem novas normas e restrições isso traduz-se em alguns cancelamentos”, desabafa, por outro lado, Laura Santinhos, responsável pela comunicação do Zmar Eco Resort, onde não se pensa baixar os braços: “desenvolvemos a temática Sweet November, dedicando o mês aos doces e à alimentação graças a algumas parcerias com marcas que trabalham connosco”. Além disso, o complexo alentejano, também localizado no concelho de Odemira, prepara-se para avançar com promoções que incluem oferta de duas noites em Novembro numa reserva de sexta a segunda ou três noites, nos feriados prolongados de Dezembro, na reserva de cinco.

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Memmo Sagres DR

Paralelamente, devido à sua tipologia (são “cerca de 300 alojamentos em madeira com acesso próprio e possibilidade de diferentes áreas de check-in”), o empreendimento lançou uma campanha para “profissionais em teletrabalho e nómadas".  

Para depois de Novembro, a responsável não arrisca grandes planos, mas indica que poderá existir uma “programação especial para o réveillon”, tirando proveito do facto de ser um espaço onde é fácil manter o distanciamento e cumprir as regras estabelecidas pela DGS. 

Mais abaixo, no Algarve, não há muito espaço para optimismos: com previsões de mais de 70% da hotelaria algarvia ficar de portas fechadas no Inverno, “adivinham-se tempos complicados”, como diz Maria Carapinha, directora do Memmo Baleeira de Sagres. Com taxas de ocupação entre 10 e 20%, até ao último fim-de-semana o mercado português ainda “superava as expectativas”, mas as reservas têm baixado “drasticamente”. “Tenho aqui três dias para a semana que estão a zeros e ontem não estavam”, aponta. Os cancelamentos têm vindo de todo o lado, à medida que a segunda vaga de covid-19 propaga medidas mais restritivas um pouco por toda a Europa.

No entanto, nota a directora do Memmo Baleeira, quem costumava fazer pequenas viagens (city breaks) “continua a procurar”, agora dentro de Portugal. E Sagres representa “um balão de oxigénio” no contacto próximo com a natureza, atraindo novos hóspedes. Há promoções para os feriados e para a passagem de ano para fechar este malogrado 2020. O Memmo Baleeira encerra para obras em Janeiro, que já estavam adjudicadas. Para além disso, “não se perspectiva fechar o hotel”. “Vamos tentar levar o barco para a frente.”

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Grand House Hotel TIAGO PAULA DE CARVALHO

Na outra ponta do Algarve, também se vai tentando rumar contra a maré. Em Vila Real de Santo António, o hotel Grand House vai continuar aberto “para manter os postos de trabalho”, diz a directora, Marita Barth. Mas a situação “é grave”, sublinha. “E o pior é que não sabemos o que vai ser amanhã, nem sabemos quais vão ser as restrições.” Mais do que os dois próximos fins-de-semana, com recolheres obrigatórios, a “grande preocupação” são os dois fins-de-semana seguintes que, com feriados à terça-feira, permitem uma ponte de quatro dias. Agora, as reservas estão “abaixo de 10%” e “simplesmente não há clientes”. “Desde que os números voltaram a subir que as reservas são de curto prazo” e feitas com pouca antecedência.

“Já estão a chegar cancelamentos do mercado interno”, adianta. Do país vizinho também não se esperam melhorias, até porque agora quem chega de Portugal ao país tem de apresentar teste negativo à covid-19 e desde terça-feira que Andaluzia se fecha das 22h às 7h. De fachada voltada a Espanha, na outra margem do Guadiana, a unidade hoteleira inaugurada no ano passado sente o “impacto enorme” das medidas ibéricas. De Portugal, muitos clientes telefonam a perguntar “se podem vir”. “Ninguém sabe o que se pode fazer ou não”, lamenta, criticando a falta de clareza por parte do Governo português.

Para a responsável, as medidas impostas acabam por penalizar o sector da restauração e da hotelaria sem justificação. “Aqui no Algarve, como estamos mais ou menos bem, acho que se os restaurantes e hotéis cumprirem as medidas de higiene e segurança, não há razão para serem focos de infecção. No Verão, estava muita gente e não houve um aumento de casos.”

E haverá ainda espaço para a esperança? “Esperança temos, mas pessoalmente acho que vão agravar [as medidas]”, acredita Marita Barth. Por isso, o Grand House lançou uma campanha promocional “já a pensar nas restrições”: pacotes de seis noites, em que oferecem duas, a de quinta para sexta e a de terça para quarta, precisamente para escapar a um eventual recolher obrigatório semelhante.