“Todos precisamos de desacelerar um pouco” (Ashraful Arefin, Bangladesh)
A Fugas colocou quatro perguntas numa garrafa e lançou-as ao mar do Instagram. A pandemia cortou-nos as asas? Continuamos a voar — cada um sua maneira. “Espero que as pessoas trabalhem juntas para reduzir a poluição nas suas diferentes formas”.
O cheiro das ruas de especiarias. A comida na soleira das portas — porta sim, porta sim. O trim-trim das campainhas de milhares de bicicletas carregadas. As caóticas ruas da cidade velha estão mais calmas. Chegam a estar desertas durante o dia, um cenário improvável antes de a pandemia se apoderar de Dhaka, no Bangladesh — um dos países mais poluídos do mundo —, e da vida das pessoas. “Sinto falta das multidões”, responde à Fugas Ashraful Arefin, estudante de Belas Artes e fotógrafo desde 2013, apaixonado pela “arte de pintar com luz”. “Espero que no futuro as pessoas no meu país sejam mais cuidadosas e que trabalhem juntas para reduzir a poluição nas suas diferentes formas.”
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O cheiro das ruas de especiarias. A comida na soleira das portas — porta sim, porta sim. O trim-trim das campainhas de milhares de bicicletas carregadas. As caóticas ruas da cidade velha estão mais calmas. Chegam a estar desertas durante o dia, um cenário improvável antes de a pandemia se apoderar de Dhaka, no Bangladesh — um dos países mais poluídos do mundo —, e da vida das pessoas. “Sinto falta das multidões”, responde à Fugas Ashraful Arefin, estudante de Belas Artes e fotógrafo desde 2013, apaixonado pela “arte de pintar com luz”. “Espero que no futuro as pessoas no meu país sejam mais cuidadosas e que trabalhem juntas para reduzir a poluição nas suas diferentes formas.”
Como é o teu dia-a-dia durante a pandemia?
Bem, como fotógrafo freelancer, não há muitas mudanças na minha rotina diária. A única coisa que mudou foi sair menos vezes à rua e passar a tirar fotos duas, três vezes por semana. Ainda estou a trabalhar em projectos anteriores, a editar imagens dos meus arquivos e, como também trabalho com natureza morta, tenho filmado mais em ambientes fechados.
De que é que tens mais saudades? De que tens mais saudades de fotografar?
Sinto principalmente falta de ir à cidade velha da minha Dhaka. Sinto falta das multidões, do ambiente que se vive nas ruas e de andar por aí. E é claro que sinto falta de fotografar as pessoas e de captar momentos da vida quotidiana.
Como vês o teu país no futuro?
Esta situação afectou a nossa economia em larga escala, principalmente os pequenos empresários que enfrentam dificuldades. Mas tenho muita esperança. Recuperámos de tempos difíceis no passado. Por isso acredito que vamos superar esta situação e eventualmente tudo voltará ao normal. Além disso, esta pandemia tornou as pessoas um pouco mais conscientes do meio ambiente e da humanidade. Por isso mesmo, pessoalmente espero que no futuro as pessoas no meu país sejam mais cuidadosas e que trabalhem juntas para reduzir a poluição nas suas diferentes formas.
Mentalmente já planeaste a primeira viagem depois de tudo isto?
Tinha alguns planos de viagem para este ano, mas agora acho que vou esperar e ver como vão evoluir as coisas. Acho que todos precisamos desacelerar um pouco. Devemo-nos concentrar no nosso próprio bem-estar. E quando isto terminar temos que pensar no meio ambiente.