Jogos de tabuleiro: viagens em Portugal (e pelo mundo) sem sairmos da nossa sala de estar
Jogos de sociedade em tempos de isolamento social? A Fugas compilou uma lista de jogos que nos permitem viajar através de Portugal e do mundo — real, histórico ou imaginário. Lançamos os dados?
Os jogos de tabuleiro ou jogos de sociedade podem continuar a ser nossos aliados mesmo quando falamos de isolamento social. Algumas lojas vão fechando portas, os clubes e grupos de amigos vão-se dispersando, mas nem a presença de um inimigo invisível impede que os jogadores mais irredutíveis continuem a lançar os dados e a planear estratégias.
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Os jogos de tabuleiro ou jogos de sociedade podem continuar a ser nossos aliados mesmo quando falamos de isolamento social. Algumas lojas vão fechando portas, os clubes e grupos de amigos vão-se dispersando, mas nem a presença de um inimigo invisível impede que os jogadores mais irredutíveis continuem a lançar os dados e a planear estratégias.
Para quem está sozinho em casa — ou para quem não tem compinchas em casa —, a Fugas, com a ajuda de Cristóvão Neto, compilou uma lista de jogos que de alguma forma nos permitem viajar através de Portugal e do mundo, real, histórico ou imaginário.
A primeira dica (para quem não tem uma divisão cheia de jogos) é passar pela Boardgamegeek, considerado pelos especialistas como a grande base de dados de jogos de tabuleiro e dos seus jogadores.
Em tempos de covid-19 também tem ganho notoriedade (e utilizadores) a plataforma Discord, que permite aos jogadores combinarem partidas online numa série de outras apps com implementações digitais dos jogos de tabuleiro (por exemplo: Tabletop Simulator, Tabletopia, Vassal, Board Game Arena, Yucata, entre muitas outras). Cada uma destas ludotecas dispõe normalmente de largas centenas de jogos. A Discord funciona como o ponto de encontro de amigos. Os jogos disputam-se depois na “mesa da sala” de cada um. Bons jogos — até que todos possamos voltar a estar juntos, cara a cara.
I Love Portugal (2016) — Nuno Bizarro Sentieiro e Paulo Soledade (2/5 jogadores)
Um jogo português simples em que os jogadores assumem o papel de turistas enquanto viajam e tiram fotos pelas terras e monumentos de Portugal.
Sail to India (2013) — Hisashi Hayashi (3/4 jogadores)
Portugal, séculos XV e XVI. Jogo pequeno e simples mas desafiante sobre a descoberta do caminho marítimo para a Índia.
Navegador (2010) — Mac Gerds (para 2/5 jogadores)
Jogo inspirado nos descobrimentos portugueses do século XV-XVI.
Vasco da Gama (200) — Paolo Mori (para 2/4 jogadores)
Recrute trabalhadores, desenhe projectos, construa navios. E use os navios para abrir novas rotas comerciais para a África Oriental e a Índia, para ganhar dinheiro e glória.
Madeira (2013) — Nuno Bizarro Sentieiro e Paulo Soledade (2/4 jogadores)
Madeira, século XV. Os jogadores tentam adaptar-se numa ilha de floresta densa, trabalhando para encontrar os melhores campos para cultivar os bens certos e obter madeira preciosa, essencial para a construção de novas estruturas nas cidades e para a construção de navios, cruciais para o comércio em mercados estrangeiros.
Coimbra (2018) — Flaminia Brasini e Virginio Gigli (2/4 jogadores)
Nos séculos XV e XVI, Portugal prospera. No coração do país, a cidade de Coimbra serve como um centro cultural. Como chefe de uma das casas mais antigas de Coimbra, o jogador procura ganhar prestígio aprofundando relações com mosteiros próximos ou financiando expedições.
Azul (2017) — Michael Kiesling (2/4 jogadores)
Introduzidos pelos mouros, os azulejos (originalmente brancos e azuis) foram totalmente adoptados pelos portugueses quando o rei D. Manuel I, numa visita ao Palácio de Alhambra, no Sul de Espanha, ficou fascinado com a beleza deslumbrante dos azulejos decorativos mouros. O rei, impressionado com a beleza interior de Alhambra, imediatamente ordenou que o seu próprio palácio em Portugal fosse decorado com azulejos semelhantes. Como artista de colocação de azulejos, o jogador é desafiado a embelezar as paredes do Palácio Real de Évora.
Porto (2019) — Orlando Sá (1/4 jogadores)
Orlando Sá, arquitecto apaixonado pelo Porto e por jogos de tabuleiro, decidiu homenagear a cidade onde estudou. As regras são simples: os jogadores têm oportunidade de aumentar o bairro da Ribeira do Porto, construindo casas, colocando estrategicamente novos andares, aproveitando bónus disponíveis, completando contratos e recebendo pontos de vitória atribuídos pelos esforços.
Lisboa (2017) — Vital Lacerda (1/4 jogadores)
Lisboa é um jogo sobre a reconstrução de Lisboa após o grande terremoto de 1755 — e é jogado num mapa real do centro da capital.
Na verdade, existem muitos jogos excelentes à volta de várias cidades do mundo (transportes, situações históricas, de construção ou de comércio, etc). Aqui ficam mais alguns exemplos: Bruges, Dubrovnic, Veneza, Bruxelas, Paris...
10 days in Europe (2002) — Alan R.Moor e Aaron Weissblum (2/4 jogadores)
Por terra, ar ou mar. Há muito a ser descoberto na Europa. Só precisamos encontrar o caminho certo.
Walking in Burano (2018) — Wei-Min Ling (1/4 jogadores)
É um jogo de família com o objectivo de redecorar a cidade para atrair turistas. Burano é uma bela ilha de Veneza conhecida pelas suas casas coloridas. Caminhando pela ilha, vemos as habitações vibrantes em ambos os lados do canal, bem como a decoração que cada habitante coloca nas casas e lojas enquanto os turistas passam.
Lost Cities - Exploradores (1999) — Reiner Knízia (2 jogadores)
Um sucesso do designer Reiner Knízia em que os jogadores competem por completar expedições em diferentes partes do mundo.
Tokaido (2002) — Antoine Bauza (2/5 jogadores)
Cada jogador é um viajante que atravessa uma das estradas mais magníficas do Japão. Enquanto viajar, o jogador conhecerá pessoas, saboreará refeições requintadas, coleccionará objectos, descobrirá paisagens e visitará templos e lugares selvagens.
Ticket to ride (2005) — Alan R. Moon (2/5 jogadores)
De Edimburgo a Constantinopla. De Lisboa a Moscovo. Jogo de abordagem fácil sobre viagens de comboio para diferentes destinos. É um jogo com uma enorme base de fãs, pelo que já tem muitos mapas com diferentes traçados (até mesmo Portugal). Quem gosta do universo ferroviário pode evoluir para jogos mais complexos como Chicago Express, Age of Steam ou 18xx.
Time Stories (2015) — Peggy Chassenet e Manuel Rozoy (2/4 jogadores)
Jogo cooperativo, narrativo e de exploração em que os jogadores encarnam personagens e viajam no tempo para diferentes lugares e situações de forma a resolver um problema.
Near and Far (2017) — Ryan Laukat (2/4 jogadores)
A sequela do jogo Above and Below tem a particularidade de ser um jogo narrativo num mundo imaginário, com um livro de parágrafos em que os jogadores viajam por vários mapas e competem para ser o aventureiro com mais histórias vividas.
Maracaibo (2019) — Alexander Pfister (1/4 jogadores)
Os jogadores andam de barco pelas Caraíbas do século XVII à procura de estabelecer influência.
The Voyages of Marco Polo (2015) — Simone Luciani e Daniele Tascini (2/4 jogadores)
Em 1271, Marco Polo, 17 anos, começou uma jornada na China com o seu pai e irmão mais velho. Depois de uma longa e cansativa jornada que os levou a Jerusalém e Mesopotâmia e ao longo da Rota da Seda, chegaram à corte de Kublai Khan em 1275. Este é um dos jogos favoritos entre os jogadores mais experientes.
Para aqueles que querem sair do planeta existem muitas escolhas, desde mundos fantásticos aos confins do espaço: The Crew, Leaving Earth, On Mars, High Frontier...