Coronavírus: revista Cais, com “muita tristeza”, não sai à rua (mas para ler e ajudar basta clicar)

Pela primeira vez em 25 anos, não há Cais nas ruas para ajudar quem precisa. A revista de Abril, com os premiados e as fotografias finalista do concurso Reflex — pode ser agora descarregada no site da associação. Mas fica o apelo a que todos deixem um donativo. O director-convidado é Rui Nabeiro.

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"Free, free, set them free" Luis Perdigão

Mundo com Futuro. Quando a Associação Cais lançou o tema para a 13.ª edição do concurso de fotografia Reflex não pensou que hoje o mundo estaria ainda mais virado do avesso. Falava-se de “secas severas”, de “incêndios constantes”, da “subida do nível das águas” e de “alguns recursos a esgotar”. O regulamento deste prémio mencionava “um futuro incerto”, e, ao mesmo tempo, “iniciativas para o combater”. Por isso pediam que as fotografias apresentassem “soluções, boas ideias e acções” que demonstrassem “que a mudança é possível se ampliarmos os gestos que podem fazer a diferença num Mundo com Futuro”.

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Mundo com Futuro. Quando a Associação Cais lançou o tema para a 13.ª edição do concurso de fotografia Reflex não pensou que hoje o mundo estaria ainda mais virado do avesso. Falava-se de “secas severas”, de “incêndios constantes”, da “subida do nível das águas” e de “alguns recursos a esgotar”. O regulamento deste prémio mencionava “um futuro incerto”, e, ao mesmo tempo, “iniciativas para o combater”. Por isso pediam que as fotografias apresentassem “soluções, boas ideias e acções” que demonstrassem “que a mudança é possível se ampliarmos os gestos que podem fazer a diferença num Mundo com Futuro”.

A revista com as melhores fotografias do concurso é agora lançada. E pela primeira vez em 25 anos não vamos encontrar a Cais a ser vendida pelas ruas das nossas cidades por pessoas que dependem desta actividade para pagar a renda da casa, para pagar as contas ou até para adquirir bens alimentares — normalmente os vendedores ficariam com 70 por cento do preço de capa, que é de dois euros. Por culpa da pandemia, a associação suspendeu (desde o dia 16 de Março e até uma próxima avaliação no final do mês de Abril) a venda da revista nas ruas.

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“Pela primeira vez em 25 anos, a Revista Cais não foi para as ruas”, diz a Associação no post de Facebook em que lança a revista — o director convidado é Rui Nabeiro. "Foi com muita tristeza, mas com a certeza de que só assim podíamos proteger os nossos vendedores e clientes, que tomámos esta decisão sem hesitar. É também com algum sentido de urgência que pedimos que nos ajudem a apoiar os nossos vendedores através de um donativo. Neste momento, só conseguimos assegurar os seus rendimentos no mês de Abril. Para os vendedores, a venda da Revista é uma fonte fundamental de sustento.”

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Fruta Feia: Lutar contra o desperdício alimentar Sara Gonçalves

Assim, está disponível no site um link para descarregar o pdf da revista, excepcionalmente de dois meses (Abril e Maio). O que a Associação está a pedir é que as pessoas que descarreguem a revista enviem um donativo, pelo menos no valor de dois euros.

Quem o fizer estará a contribuir para que o vendedor possa “comer uma refeição, pagar um quarto, pagar o passe ou manter uma boa apresentação”, para “a valorização do desempenho do vendedor” e para “apoiar os hábitos de trabalho” e sobretudo para que “o vendedor possa reconstruir a sua vida, procurar trabalho e manter uma actividade digna”.

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"Desde Cedo" André Rodrigues

Sara Gonçalves, com a fotografia Fruta Feia: Lutar contra o desperdício alimentar, conquistou o primeiro lugar do concurso (mil euros). Desde cedo, de André Rodrigues, ficou com o segundo lugar (600 euros) e Free, free, set them free, de Luís Perdigão, com o terceiro (400 euros). Há ainda uma menção honrosa (300 euros) para a fotografia O futuro nas nossas mãos, de Nuno Mateus. A revista inclui uma série de fotografias de todos os finalistas do concurso reflex.

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Algumas das fotografias finalistas

“Vivemos tempos extraordinários que só serão ultrapassados se todos desempenharmos um papel activo e, sobretudo, se os encararmos com um sentido de responsabilidade e solidariedade para com todos aqueles que se encontram em situações vulneráveis na nossa comunidade. O nosso lema – Todos Contam – nunca fez tanto sentido como hoje”, escreve a Associação a propósito da pandemia.

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Algumas das fotografias finalistas

A Associação apela a todos os que possam contribuir “para garantir a subsistência destas pessoas” através do IBAN PT 50.0036 000099105891576.59.