Marta Durán lança #viajarsemsairdosofa, onde entrevista um viajante por dia via Instagram
A última grande viagem de Marta Durán foi de Lisboa à Guiné-Bissau (de bicicleta). Nas próximas, todos os dias, pelas 21h, estará sentada no sofá a entrevistar viajantes como ela.
Quem conhece o projecto Boleias da Marta sabe que a Marta não é de parar muito tempo em casa. De Outubro a Dezembro do ano passado foi de Lisboa à Guiné-Bissau de bicicleta (descansem, voltou de avião) e passou parte do mês de Fevereiro numa road trip em Portugal a falar das suas viagens em plateias de escolas secundárias promovida pela Gap Year Portugal e interrompida pela pandemia que mudou o planeta. Agora, está mesmo parada em casa. Mas — todos os dias, pelas 21h, num Instagram perto de si — viaja sem sair do sofá.
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Quem conhece o projecto Boleias da Marta sabe que a Marta não é de parar muito tempo em casa. De Outubro a Dezembro do ano passado foi de Lisboa à Guiné-Bissau de bicicleta (descansem, voltou de avião) e passou parte do mês de Fevereiro numa road trip em Portugal a falar das suas viagens em plateias de escolas secundárias promovida pela Gap Year Portugal e interrompida pela pandemia que mudou o planeta. Agora, está mesmo parada em casa. Mas — todos os dias, pelas 21h, num Instagram perto de si — viaja sem sair do sofá.
Decidiu fazer estas entrevistas a viajantes como ela “para não deixar o bichinho morrer”. “Nunca pensei dizer às pessoas para ficarem em casa”, comenta com a Fugas via WhatsApp a partir do seu escritório improvisado, em Carnaxide. Está de quarentena voluntária há uma dúzia de dias. “Nem sei, já me perdi. Estou sempre com dores de cabeça de estar a olhar para o computador”. A fuga dela é “passear a cadela Shanti”. Significa paz em hindi.
Marta Durán mata saudades dos amigos e dos países através das fotografias e dos vídeos partilhados no Instagram. Primeiro juntaram-se dois projectos (o seu Boleias da Marta e Follow The Sun Travel, do João Amorim, fechado em São João da Madeira) para incentivar as pessoas a partilharem fotos originais de viagens. E a ideia rapidamente evoluiu para uma série de entrevistas diárias, aproveitando de alguma forma a “moda dos lives” que se propagou mais ou menos à velocidade da covid-19 — como o Festival #EuFicoEmCasa, quase com 280 mil melómanos.
A lista de amigos dela é grande. A de viajantes também. “Já tenho uma data de convidados”, diz, entusiasmada por poder “levar as viagens às pessoas”. “Temos que nos adaptar à realidade”, assume Marta, com a vida profissional em suspenso. Tinha uma viagem ao Irão planeada para Abril ("felizmente não marquei nada porque o Irão foi desde cedo um dos principais focos de contágio") e começaria em breve uma nova etapa como líder Nomad na viagem Senegal-Guiné Bissau, agora em stand-by. “Vou ter que encontrar outra solução”, diz Marta, que no último Verão conduziu um tuk tuk em Lisboa como fonte de rendimento para aplicar em futuras viagens. “Já faço isso há quatro anos. Quando estou cá tento estar sempre a ganhar dinheiro”.
Para os próximos dias, a agenda das entrevistas #viajarsemsairdosofa está cheia. “Estou a tentar entrevistar pessoal que teve que regressar”, anuncia. Hoje, dia 21, Bernardo Bacalhau explica como conseguiu sair de Marrocos in extremis. Jorge Vassalo, do projecto Fui Dar Uma Volta (22), estava na Índia quando tudo se precipitou. Seguem-se Rui Batista Bornfreee (23), Carla Mota e Rui Pinto, do blogue Viajar Entre Viagens, que acabam de aterrar vindos do outro lado do mundo (24), Susana Ribeiro, do blogue Viaje Comigo, recém chegada do Chile (25) e Bernardo Conde, do projecto Trilhos da Terra e director do National Geographic Exodus Aveiro Fest.