Obras na Praça de Espanha complicam trânsito a partir de segunda-feira

Novo parque verde da Praça de Espanha deverá estar concluído este ano, mas os próximos meses serão complicados para quem vive e circula na zona. Moradores temem pressão viária nas ruas interiores dos bairros e a perda de lugares de estacionamento.

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Daniel Rocha

Arrancam esta segunda-feira as obras de reordenamento viário da Praça de Espanha, em Lisboa. A empreitada está dividida em oito fases e tem duração prevista de um ano. Ao longo deste período haverá inúmeros condicionamentos de trânsito que passarão, já daqui a 15 dias, pelo encerramento das vias que ligam directamente, pelo meio da praça, a Avenida Calouste Gulbenkian à Avenida dos Combatentes. No final da intervenção, serão criados dois cruzamentos em lugar da actual rotunda.

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Arrancam esta segunda-feira as obras de reordenamento viário da Praça de Espanha, em Lisboa. A empreitada está dividida em oito fases e tem duração prevista de um ano. Ao longo deste período haverá inúmeros condicionamentos de trânsito que passarão, já daqui a 15 dias, pelo encerramento das vias que ligam directamente, pelo meio da praça, a Avenida Calouste Gulbenkian à Avenida dos Combatentes. No final da intervenção, serão criados dois cruzamentos em lugar da actual rotunda.

A intervenção que agora se inicia, e que começa por cortar a ligação que circunda a praça entre a avenida Calouste Gulbenkian e a de Santos Dumont, tem como objectivo último criar “um grande jardim” num espaço hoje em grande parte ocupado por carros.

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Alteração da rede viária na Praça de Espanha

A requalificação da Praça de Espanha ficará a cargo do ateliê NPK – Arquitectos Paisagistas Associados, que venceu o concurso internacional promovido pelo município, e terá a água como elemento central. O riacho do Rego vai ser trazido à superfície e, além de parque verde com “equipamentos infantis e juvenis, bancos e bancadas”, aquela área com quase cinco hectares funcionará como bacia de retenção e prevenção de cheias. Este parque terá ainda uma ligação, via ponte pedonal, aos jardins da Fundação Gulbenkian.

Para o vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar, este “é indiscutivelmente um grande projecto para a cidade”, que não criará apenas mais uma zona verde em Lisboa, mas provocará também profundas alterações na circulação automóvel naquela zona. As obras darão origem a um novo esquema viário, formado por dois grandes cruzamentos entre as avenidas de Berna, Gulbenkian e António Augusto de Aguiar e entre as avenidas Santos Dumont, Columbano Bordalo Pinheiro e Combatentes, desaparecendo assim a actual rotunda.

Ora, apesar de concordarem que o parque será uma mais-valia, os moradores receiam que as mudanças na circulação acabem a causar mais pressão dentro dos seus bairros e temem os impactos que os próximos meses de obras terão no seu dia-a-dia. Foram essas preocupações que deixaram expressas perante o executivo municipal na reunião descentralizada da autarquia que decorreu na noite de quarta-feira, com muitas dúvidas sobretudo em relação à sobrecarga de trânsito que será expectável na Avenida Santos Dumont.

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Corte de trânsito em vigor esta segunda-feira DR

“Esta [Av. Santos Dumont] será uma via de escape para o trânsito que existirá na Avenida de Berna”, disse um munícipe, lembrando que aquela é já uma zona “bastante sobrecarregada”. “Estamos a falar de uma zona que tem tráfego automóvel, ferroviário e aéreo. Já para não referir os níveis de poluição automóvel e sonora”, notou, questionando assim o executivo sobre que medidas estão a ser pensadas para mitigar estes efeitos.

Na resposta, o vereador da Mobilidade acabou por confirmar que essa avenida, a par da Rua da Beneficência, serão aquelas onde “o impacto do tráfego vai ser maior”. “É óbvio que vai aumentar o tráfego na Santos Dumont a partir do momento em que a Avenida Columbano Bordalo Pinheiro fica com uma ligação facilitada [à Santos Dumont]. Isto deve ser dito com frontalidade”, notou o vereador.

Os moradores notaram estar também preocupados com a redução de estacionamento na avenida. Segundo disse Miguel Gaspar, haverá mesmo uma redução de lugares nesta artéria, uma vez que o estacionamento em espinha das placas centrais será eliminado, passando a ser longitudinal.

Em resposta a outro munícipe, o autarca detalhou que no primeiro quarteirão da Av. Santos Dumont não haverá estacionamento longitudinal junto aos prédios, devido ao cruzamento que ali surgirá com a Avenida dos Combatentes. Mas garantiu que na restante avenida irá manter-se o estacionamento junto aos prédios. “A Santos Dumont terá de facto duas faixas desde a Av. dos Combatentes até ao túnel, mas vai-se mexer na ilha central de forma a que haja estacionamento longitudinal na zona da ilha central e longitudinal junto às fachadas dos prédios”, detalhou. 

Na prática, disse, no conjunto dos seis quarteirões envolventes a estas artérias, os moradores terão menos 35 lugares de estacionamento no final das obras, feitas assim as contas a perdas e ganhos de lugares nas vias envolventes à Praça de Espanha. 

Miguel Gaspar disse ainda que está prevista a construção de “um parque de estacionamento de grandes dimensões no IPO, que há-de aliviar a pressão naquela zona”. 

Autocarros da TST passam para Sete Rios

Respondendo ainda a uma dúvida de uma munícipe sobre a deslocalização das paragens dos autocarros da Carris, Miguel Gaspar disse que estas se irão manter nos locais actuais. O que se confirma é a transferência dos autocarros da Transportes Sul do Tejo (TST) para a zona de Sete Rios.

“Em regra o que haverá é uma melhoria na circulação dos transportes públicos com mais corredores BUS na envolvente da Praça de Espanha”, notou o autarca. 

Apesar de se preverem meses complicados para quem vive e circula diariamente naquela zona, o vereador mostrou confiança de que, no final da intervenção, “a larga maioria dos movimentos da Praça de Espanha” sairá “claramente beneficiada”. E disse-se disponível para trabalhar com os moradores soluções que possam “minimizar os impactos” dos trabalhos.