Mistery Lights e Parkinsons entre a vasta programação do Sabotage
O clube no Cais do Sodré apresentou a sua programação até ao fim do ano. Entre punk, stoner e garage, entre one man bands e mini-festivais, muito haverá para descobrir e reecontrar.
O futuro pode ser incerto, mas o Sabotage mantém-se activo, muito activo, e fiel à identidade que revelou desde que, em 2013, abriu portas no Cais do Sodré. A programação tem um pé no rock’n’roll, mas abre-se a outras linguagens, põe o foco sobre cenas em desenvolvimento, agracia a história que as antecedeu, privilegia a música que brota das margens. De Setembro até ao final do ano, muito haverá para descobrir e reencontrar. Assim o confirma a programação agora anunciada.
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O futuro pode ser incerto, mas o Sabotage mantém-se activo, muito activo, e fiel à identidade que revelou desde que, em 2013, abriu portas no Cais do Sodré. A programação tem um pé no rock’n’roll, mas abre-se a outras linguagens, põe o foco sobre cenas em desenvolvimento, agracia a história que as antecedeu, privilegia a música que brota das margens. De Setembro até ao final do ano, muito haverá para descobrir e reencontrar. Assim o confirma a programação agora anunciada.
Comecemos pelo fim. Dias 19 e 20, os Parkinsons, nome muito da casa no Sabotage, regressam para mais um par de concertos de punk incendiário. Nesse mesmo mês, dia 3, sobem a palco os Blank Tapes, banda californiana de rock psicadélico. Nessa altura, já muito terá acontecido. Já teremos visto um documentário, “Ela é uma Música”, de Francisca Marvão, sobre o rock no feminino em Portugal, transformado em festival (7 e 8 de Novembro), e um outro festival, dias 24 e 25 de Outubro, a mostrar-nos o que de novo se faz neste momento em Coimbra – podemos antecipar a ocasião, já em Setembro, com uma óptima representação do rock’n’roll conimbricense actual: dia 27 os The Walks apresentam o seu álbum mais recente, “Opacity” (dia 9 Novembro outra banda da mesma cidade, os A Jigsaw, apresentam novo capítulo da sua muito respeitável discografia).
Entre as dezenas de concertos programados até ao final do ano há destaques como os Mistery Lights, banda californiana que deu novo passo no seu garage psicadélico denso e nocturno com a edição em Maio do segundo álbum, “Too Much Tension!” (5 de Novembro). Movimentando-se no mesmo vasto universo sónico, centremos atenções no minimalismo lisérgico dos portuenses 10 000 Russos, que apresentarão o seu muito aguardado terceiro álbum a 26 de Outubro – e preparemo-nos para um regresso, o dos britânicos Telescopes, clássicos dos anos 1980 (7 de Setembro), e dos seus conterrâneos garageiros Thee Eviltones (17 de Outubro).
Se a preferência for para os riffs graves dos Black Sabbath e para o seu desenvolvimento próximo, o stoner, muito haverá para ouvir: as Black Wizards a apresentar “Reflections” dia 26 de Setembro, os americanos High Reeper dia 28 de Outubro (acompanhados pelo rock sulista dos Cryp Trip), Asimov e My Master The Sun a chegarem dia 16 de Novembro, os eslovenos Omega Sun a 21 de Novembro e, no dia seguinte, os Jesus The Snake e os Desert Smoke. Caso se deseje o bom balanço garage, habitualmente aromatizado a órgão Farfisa, então chega gente de todo o mundo: os mexicanos Las Pipas de la Paz e Carrion Kids (3 de Outubro), os franceses Les Lullies (11 de Outubro) e os espanhóis Los Nastys (15 de Novembro). Para imaginar uma possível intersecção entre estes dois mundos, temos os brasileiros Psilocibina (12 de Outubro).
Dito tudo isto, muito sobra ainda. Sobram uns históricos do gótico inglês, os Dance Society (2 de Novembro), os portugueses Um Corpo Estranho (13 de Setembro) e Madrepaz (31 de Outubro). Sobra a música improvisada criada pela dupla Luís Vicente (trompete) e Vasco Trilla (bateria), que ouviremos dia 12 de Setembro, e sobra o resultado de encontros passados no Sabotage: os austro-germânicos Electric Moon e os portugueses Talea Jacta encontraram-se no clube no passado e gostaram tanto que gravaram em conjunto o álbum que apresentarão a 20 de Setembro.
Sobra, continuemos, o inclassificável e imperdível one man band de Manchester, Paddy Steer (esta noite, 6 de Setembro), outro one man band, Nester Donuts, este centrado no blues e vindo de terras de Espanha (19 de Setembro), e ainda um terceiro one man band, o inglês Sieben (1 de Novembro). Sobram, por fim, dia 4 de Outubro, os Bruxas/Cobras com Ricardo Martins na bateria e Pedro Lourenço no baixo (e o ilustrador João Maio Pinto enquanto músico a solo a abrir), a soul elegante dos portuenses Lola Lola (18 de Outubro), a fanfarra delirante dos Pás de Problème! (21 de Setembro), os Mr. Mojo e Fuzzil (28 de Setembro) e os Baleia Piloto (5 de Outubro).