Hospitais de Lisboa vão ser reforçados com 49 anestesistas, pediatras e obstetras
Só para as quatro maternidades em que existe o risco de fecho rotativo no Verão está previsto o reforço de 26 jovens especialistas, dos quais 11 são anestesistas, 10 são pediatras e cinco são ginecologistas.
O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) anunciou esta terça-feira um “reforço significativo” de médicos recém-especialistas em todo o país que decorre do último concurso aberto para a contratação de novos profissionais. Luís Pisco especificou que só para a região de Lisboa e Vale do Tejo vão ser contratados 20 anestesistas, 18 pediatras e 11 obstetras.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) anunciou esta terça-feira um “reforço significativo” de médicos recém-especialistas em todo o país que decorre do último concurso aberto para a contratação de novos profissionais. Luís Pisco especificou que só para a região de Lisboa e Vale do Tejo vão ser contratados 20 anestesistas, 18 pediatras e 11 obstetras.
Para os quatro hospitais em que se colocou a possibilidade de fecho rotativo de urgências de ginecologia/obstetrícia, por falta de especialistas para assegurar as escalas no período de Verão, está prevista a contratação de 26 jovens médicos, dos quais 11 são anestesistas, 10 são pediatras e cinco são ginecologistas, precisou Luís Pisco ao PÚBLICO, notando que este reforço decorre do “concurso normal” para colocação de recém-especialistas. "Estas contratações não foram feitas agora para resolver este problema específico, mas isto calha bem porque é um reforço”, enfatizou, frisando que os jovens médicos devem começar a trabalhar “ainda em Julho”.
Declarando-se "em completa sintonia” com a Ordem dos Médicos (OM) na preocupação com a segurança e qualidade dos serviços prestados às grávidas, Luís Pisco avançou estes e outros dados no final de uma reunião pedida pela Ordem na sequência dos problemas de falta de recursos humanos que poderão implicar o fecho rotativo do serviço de urgência externa da Maternidade Alfredo da Costa e das maternidades dos hospitais de Santa Maria, de São Francisco de Xavier e de Amadora-Sintra.
"Existe um problema"
Luís Pisco admitiu que existe “um problema” mas notou que “se [a situação] fosse simples" já teria sido resolvida. “O senhor bastonário fez algumas sugestões que teremos que analisar com os nossos serviços” e transmitir ao Ministério da Saúde, até porque os primeiros problemas nas escalas das urgências de obstetrícia só se perspectivam a partir da segunda quinzena de Julho, lembrou. Mas é preciso encontrar uma solução o “mais depressa possível” para “evitar problemas”, reconheceu.
Como soluções a considerar, além do reforço do número de especialistas, admitiu que se coloca a questão do valor pago aos médicos. “Temos vários tipos de contratação no Ministério da Saúde e temos de ver dentro das possibilidades legais que existem qual vamos utilizar para que não haja buracos nas escalas de até ao meio de Setembro”, afirmou. Luís Pisco acredita que será possível ter uma proposta “que seja exequível” ainda antes da próxima semana ou no início de Julho.
Antes da reunião com o presidente da ARSLVT, a Ordem dos Médicos reuniu-se com directores de serviço e directores clínicos de 18 maternidades da região Sul. No final do encontro, o bastonário Miguel Guimarães acentuou a expectativa da OM é que seja possível travar um fecho rotativo. “Se não for possível, a Ordem dos Médicos vai emitir declarações para os médicos” no sentido de “responsabilizar directamente” o Ministério da Saúde pelo que vier a acontecer, avisou.
O presidente do conselho regional do Sul da OM, Alexandre Valentim Lourenço, acrescentou que a posição dos directores de serviço de obstetrícia, de neonatologia e dos directores clínicos foi “unânime” na reunião ao reconhecer a “situação é caótica” em todos os centros. “Os próprios directores dizem que não conseguem garantir o fecho rotativo” porque as maternidades já estão em sobrecarga durante os períodos normais do ano e têm de manter a actividade assistencial normal de urgência.