Os cavalos não se medem aos palmos: nós e os garranos por terras de Viana do Castelo
Com o mar à vista, ao longo do rio ou serra acima. Viana do Castelo preparou três percursos para fazer a pé ou sentado no dorso de um cavalo pequenino, robusto e esperto — e teimoso q.b.
Rodrigo, dez anos, é o mais jovem de uma família de cavaleiros. Hoje, dia de nevoeiro cerrado nos caminhos da serra de Arga e alguns pingos grossos de chuva que humedece o granito, monta a Lady, uma garrana como todos os garranos. Cabeça fina, pescoço curto e musculado, garupa larga e membros pequenos, pelagem castanho-escura, topete farto, crina e cauda pretas, compridas e densas. Far-nos-á companhia durante a jornada este Bravo Cavalo das Montanhas, a raça que levou o município de Viana do Castelo a editar um livro e sobretudo a pensar na sua preservação e valorização enquanto património e activo de desenvolvimento territorial. Por isso criou o projecto “Percursos do Homem e do Garrano”, cuja principal missão passa por aproximar o garrano das populações e dos visitantes, conferindo um novo protagonismo à raça autóctone, com um efectivo muito reduzido e subvalorizado na região.