Documentários sobre o cinema de Pedro Costa e a música alternativa portuguesa nos anos 80 são mais duas novidades no Indie

O festival acrescenta à programação Sacavém, de Júlio Alves, e Ama Romanta, uma Utopia que Fazia Discos, de Vasco Bação.

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O IndieLisboa não tem “a política do filme surpresa” – diz Nuno Sena, um dos directores do festival – mas para a 16ª edição, que decorre de 2 a 12 de Maio, e depois da programação ter sido anunciada a 2 de Abril, vem agora anunciar mais dois títulos: os documentário Sacavém, de Júlio Alves (competição nacional) e Ama Romanta, uma Utopia que Fazia Discos, de Vasco Bação (secção IndieMusic). O Indie tinha interesse em programar os filmes, mas não era seguro, na altura de fecho da edição, que estariam prontos a tempo por isso anuncia-os agora. 

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O IndieLisboa não tem “a política do filme surpresa” – diz Nuno Sena, um dos directores do festival – mas para a 16ª edição, que decorre de 2 a 12 de Maio, e depois da programação ter sido anunciada a 2 de Abril, vem agora anunciar mais dois títulos: os documentário Sacavém, de Júlio Alves (competição nacional) e Ama Romanta, uma Utopia que Fazia Discos, de Vasco Bação (secção IndieMusic). O Indie tinha interesse em programar os filmes, mas não era seguro, na altura de fecho da edição, que estariam prontos a tempo por isso anuncia-os agora. 

Sacavém passa a ser o sétimo título da competição nacional, ao lado de Mar, de Margarida Gil, A Minha Avó Trelótótó, de Catarina Ruivo, Alva, primeira ficção longa de Ico Costa; Campo, de Tiago Hespanha, sobre o campo de tiro de Alcochete; Tragam-me a Cabeça de Carmen M., de Catarina Wallenstein e Felipe Bragança e a comédia dramática de Tiago Guedes Tristeza e Alegria na Vida das Girafas.

Sacavém “é o lugar onde se passa uma grande parte do novo filme de Pedro Costa”, intitulado Vitalina Varela. O documentário, explica Nuno Sena, partiu de uma tese de doutoramento de Júlio Alves sobre os objectos que circulam no cinema do cineasta de Casa de Lava, o que passa de filme para filme – livros, cadernos, o elevador de Cavalo Dinheiro… – e acaba a revisitar um núcleo particular desse cinema, o “núcleo africano”. É também, na visão do programador, um interessante exemplo “de negociação” entre o autor do documentário, Júlio Alves, e o realizador que é o objecto desse documentário, Costa.

“Pedro Costa aparece pouco, é muito esquivo, voz e silhueta, mas ouve-se muito. Não é um filme de entrevista. E embora tenha de alguma forma dirigido esta visita” à sua obra, porque “aceita estar no filme mas não quer ser o centro dele, para que fosse um filme sobre os filmes do Pedro Costa e não sobre o Pedro Costa”, deixa espaço “a um olhar pessoal”.

“É um filme respeitoso sem ser submisso”, continua, com imagens de naturezas muito diferentes, as do filme de Costa e o “lado mais reflexivo e poético” de Júlio Alves. “Não há, isso é que é curioso, uma analogia entre as linguagens dos filmes” – como havia quando Costa filmou os Straub em Onde Jaz o Teu Sorriso (2001). Veremos Costa a montar a exposição Pedro Costa: Companhia, o ano passado em Serralves; vê-lo-emos no trabalho de Vitaliana Varela, e momentos que não foram utilizados em No Quarto de Vanda (2000).

Ama Romanta - uma utopia que fazia discos conta a história de uma editora independente da música alternativa do Portugal dos anos 80, a editora fundada por João Peste – a “casa” dos Pop Dell'Arte, Mão Morta, Telectu, Sei Miguel, Santa Maria Gasolina em teu Ventre ou Mler Ife Dada. Filmes de arquivo, entrevistas aos protagonistas, hoje, mas sobretudo a história de uma geração, de um espaço de eleição, o Rock Rendez-Vous, da sua explosão criativa. E a luta contra a censura camuflada de rádios e editoras.