PSOE mantém larga vantagem sobre PP em barómetro mensal

A sondagem, realizada antes do terramoto andaluz de domingo, dá 2,5% ao partido de extrema-direita que teve 11% na grande região do Sul.

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Sánchez chegou ao poder em Junho, depois de fazer aprovar uma moção de censura contra Mariano Rajoy Reuters/YOUSSEF BOUDLAL

É a sondagem que a classe política tem por mais fiável, mas as conclusões do último barómetro do CIS (Centro de Investigações Sociológicas) espanhol não deixam de soar estranhas – de tão diferentes face aos resultados obtidos pelos diferentes partidos nas eleições autonómicas de domingo na Andaluzia. Segundo os dados de Novembro, se Espanha fosse agora a legislativas, os socialistas aguentariam incólumes o desgaste da governação com uma clara vitória e 31,2% dos votos.

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É a sondagem que a classe política tem por mais fiável, mas as conclusões do último barómetro do CIS (Centro de Investigações Sociológicas) espanhol não deixam de soar estranhas – de tão diferentes face aos resultados obtidos pelos diferentes partidos nas eleições autonómicas de domingo na Andaluzia. Segundo os dados de Novembro, se Espanha fosse agora a legislativas, os socialistas aguentariam incólumes o desgaste da governação com uma clara vitória e 31,2% dos votos.

É o próprio CIS que sente a necessidade de recordar que estes resultados (com trabalho de campo de 1 a 11 de Novembro) não reflectem sequer as eventuais consequências da campanha eleitoral andaluza, sendo “anteriores aos possíveis efeitos do surgimento do Vox como um partido com significado eleitoral”. A formação de extrema-direita que irrompeu no parlamento andaluz com 12 deputado (e 11% dos votos) obtém neste barómetro 2,5% – o dobro das intenções de voto que tinha em Outubro (1,3%).

Os socialistas de Pedro Sánchez – que na véspera da divulgação dos dados tranquilizava a direcção do PSOE, garantindo ter em mãos um relatório de extrapolação de voto que garante que o conjunto da direita não obteria a maioria em eleições gerais – permanecem com uma votação idêntica à de Outubro (descem de 31,6 para 31,2%), enquanto o PP recupera o segundo lugar ao partido de Albert Rivera. Assim, os conservadores reúnem neste inquérito 19,1% das intenções de voto, face aos 18,2% do Cidadãos, em empate técnico com Unidos Podemos (18%).

Com estes dados, o bloco da esquerda parlamentar reforça uma hegemonia que já era ampla nos meses anteriores: em Outubro, PSOE e a coligação que une o Podemos à Esquerda Unida somavam 48,9%; em Novembro o conjunto dos seus votos chega aos 49,2% dos votos. Somando as intenções de voto no PP, Cidadãos e Vox a direita fica com 39,8%.

Ou seja, os dois blocos estão aqui em posições opostas às que se encontram depois da votação antecipada na Andaluzia, onde a soma dos três partidos de direita ultrapassa a maioria absoluta e a esquerda fica bastante aquém de o conseguir. É na votação nos socialistas que as diferenças são mais evidentes: nas autonómicas andaluzes perderam 400 mil votos e 12 lugares, o que com toda a probabilidade lhes vai custar a liderança do governo autonómico pela primeira vez (apesar de terem sido os mais votados).

No PSOE acredita-se que o elemento mais importante para o seu desaire andaluz foi a fraca participação, que não chegou aos 60%; esta é uma das diferenças habituais entre eleições autonómicas e legislativas, onde a participação é sempre superior.