São esperadas cem mil pessoas na marcha de apoio a novo referendo sobre o acordo do "Brexit"

Chama-se "Marcha pelo Futuro", é este sábado, e defende que os cidadãos se pronunciem sobre o resultado das negociações entre Londres e Bruxelas. David Miliband, Bob Geldof e Sadiq Khan estão entre os que apoiam a iniciativa.

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Têm-se realizado manifestações a favor de um referendo ao acordo de saída WILL OLIVER/EPA

Mais de cem mil manifestantes são esperados na “Marcha pelo Futuro", que se realiza sábado em Londres (Reino Unido), para reivindicar um referendo sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.

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Mais de cem mil manifestantes são esperados na “Marcha pelo Futuro", que se realiza sábado em Londres (Reino Unido), para reivindicar um referendo sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.

O presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, vai participar na marcha que começa junto ao Hyde Park e termina no Parlamento de Westminster, onde vários dirigentes e cidadãso vão discursar.

Na origem deste protesto está a campanha "People's Vote", que reivindica um referendo ao resultado das negociações para o ‘Brexit’ (a saída do Reino Unido da União Europeia) por acreditarem que o resultado será muito diferente do obtido no referendo de 2016 que determinou o divórcio.

O "People's Vote" é uma campanha promovida por várias organizações, incluindo as Open Britain e Britain for Europe, que argumentam que um novo referendo é do interesse tanto de quem votou contra como a favor do ‘Brexit’.

"Ninguém votou para tornar este país pior, causar desemprego, prejudicar o NHS [Serviço Nacional de Saúde], afectar o futuro de milhões de jovens ou aumentar a divisão neste país. Quanto mais claro se torna o acordo final sobre o ‘Brexit’, mais claro está que não fará nada para melhorar a justiça social, reduzir a desigualdade, melhorar a nossa qualidade de vida ou criar um futuro melhor para as gerações futuras", referem no apelo à participação na manifestação.

Uma petição iniciada pelo jornal The Independent já foi assinada por quase um milhão de pessoas e o apoio público tem vindo a crescer, contando com o empenho de deputados como o trabalhista Chuka Umunna, as conservadoras Tory Sarah Wollaston e Anna Soubry, o líder dos Liberais Democratas, Vince Cable, e a deputada do partido Verde Caroline Lucas.

Outras personalidades favoráveis incluem a actriz Lena Headey, o cantor Bob Geldof, o escritor Michael Morpurgo, o compositor e comediante Tim Minchin, os actores Dominic West e Patrick Stewart e o antigo futebolista Jamie Carragher.

Vários, como o milionário co-fundador da marca de roupa Superdry, Julian Dunkerton, o escritor Ian McEwan ou os antigos ministros do partido Trabalhista David Miliband e Peter Mandelson contribuíram com dinheiro para pagar autocarros para transportar pessoas de fora de Londres.

A campanha "People's Voice" já realizou outras marchas, mas aposta em que esta será a maior. O "Brexit" está marcado para 29 de Março de 2019 e Novembro é o novo prazo para estarem concluídas as primeiras negociações, sobre os termos da saída. 

Embora prefira eleições legislativas para permitir que o Labour seja eleito e tome conta das negociações, o líder, Jeremy Corbyn, não exclui apoiar um novo referendo, o que 86% dos militantes do principal partido da oposição defendem, segundo uma sondagem divulgada em Setembro.

Outros partidos da oposição defendem um referendo, como os Liberais Democratas e o Verdes, enquanto que o Partido Nacionalista Escocês condiciona o seu apoio à possibilidade de um novo referendo sobre a independência do país.

As negociações para um acordo de saída ordenada do Reino Unido da União Europeia estão num impasse devido à dificuldade em encontrar um entendimento para a fronteira entre a Irlanda do Norte (que faz parte do Reino Unido) e a República da Irlanda. Os acordos de paz determinaram o fim da fronteira entre as duas partes da Irlanda.