Ana Gomes pede intervenção de Marcelo sobre Tancos: "É o mais grave atentado ao Estado de direito"
A eurodeputada alerta para o efeito "devastador" para a imagem internacional de Portugal que já está a ter repercussões na NATO e na UE
A eurodeputada do PS Ana Gomes apela a uma intervenção do Presidente da República enquanto comandante supremo das Forças Armadas por causa da encenação da devolução das munições roubadas em Tancos: "É o mais grave atentado ao Estado de direito".
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A eurodeputada do PS Ana Gomes apela a uma intervenção do Presidente da República enquanto comandante supremo das Forças Armadas por causa da encenação da devolução das munições roubadas em Tancos: "É o mais grave atentado ao Estado de direito".
"Se alguém dentro das Forças Armadas foge ao controlo político é o Estado de direito que está em causa", afirmou ao PÚBLICO a socialista, referindo-se à combinação feita entre PJM e assaltante para a devolução das munições e ao ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa que não lhe terá feito chegar o memorando desta polícia. Para Ana Gomes, "esta matéria tem que ter absolutamente a intervenção do Presidente da República que é o comandante supremo das Forças Armadas.
"As Forças Armadas são estruturantes mas têm que respeitar o estado de Direito. Não é admissível que pessoas qualificadas sejam abastardadas pelo comportamento de alguns indivíduos que são criminosos. A tese de que foi a defesa do interesse nacional é escabrosa. Isto é devastador para a nossa imagem internacional e tem repercussões na NATO e na UE", insiste, acrescentando: "Faço parte da comissão de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu. Toda a gente conhece este caso, que é citado como altamente preocupante. Quando toda a gente está a querer um maior controlo do fornecimento de armas a grupos terroristas, é de bradar aos céus haver cumplicidade com uma rede de venda de armas. E se houve encobrimento é gravérrimo".
Questionada directamente sobre se o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, se devia demitir, respondeu: "Não quero responder a essa questão, mas sei o que eu faria".