DIAP investiga tourada em que houve agressões

A GNR faz saber que abriu um processo de averiguações.

Foto
Imagem retirada do Facebook de Peter Janssen, activista do Vegan Strike Group DR

O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Faro está a investigar os incidentes que ocorreram durante uma tourada realizada em Albufeira na passada quinta-feira. E a GNR procedeu ainda à “abertura de um processo de averiguações” interno.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Faro está a investigar os incidentes que ocorreram durante uma tourada realizada em Albufeira na passada quinta-feira. E a GNR procedeu ainda à “abertura de um processo de averiguações” interno.

Tudo aconteceu depois de três activistas antitouradas terem invadido a arena, tendo sido dali retirados pela GNR. No momento em que saíram das instalações da praça de touros, detidos e guardas foram seguidos e agredidos por outras pessoas. O vídeo desse momento foi partilhado no Facebook por Peter Janssen, activista do Vegan Strike Group (que se descreve como “uma organização internacional que luta contra o abuso de animais”).

Questionado sobre o que se passou, o comando geral da GNR diz que foi obrigado a intervir perante a existência de confrontos entre aficionados e activistas, de forma a garantir a integridade física destes últimos. “No decurso desta ocorrência, e no momento em que se garantia a protecção de um dos invasores, um militar sofreu ferimentos numa das mãos”, refere a GNR, acrescentando ter remetido o caso para o Ministério Público.

Três pessoas citadas pelo Diário de Notícias, que não participaram na invasão da arena, relatam ter sofrido agressões no exterior da praça  — entre as quais uma mulher que diz ter sido agredida por agentes da GNR, além de acusar um deles de lhe ter apagado conteúdos do telemóvel (terá feito filmagens com o mesmo)

Sobre esta acusação, a GNR responde “que no exterior do recinto, a GNR foi chamada a intervir devido a um conflito existente entre duas mulheres, motivado pela posse indevida de um telemóvel, tendo o mesmo sido recuperado pelos militares e devolvido à legítima proprietária”.

“Importa referir que a GNR procedeu ainda à abertura de um processo de averiguações”, acrescenta o comando geral.

A mulher que diz ter sido agredida pela GNR, Carla Sananda, é casada com um dos activistas que invadiram a arena e diz que vai apresentar queixa contra os guardas. "Eram três. Um deles aplicou-me uma chave no pescoço, outro uma chave num braço e um terceiro empurrou-me contra a parede. Tenho um metro e 55 de altura e peso 47 quilos", descreve. "E apagaram-me o conteúdo do telemóvel."

Carla Sananda explica ainda que os activistas que invadiram a arena e foram atacados por civis também vão apresentar queixa contra os seus agressores.

Questionada pelo PÚBLICO sobre se irá desencadear alguma averiguação ao que se passou, a Inspecção-Geral da Administração Interna não deu qualquer resposta. Para esta sexta-feira está previsto novo protesto antitouradas em Albufeira, por ocasião da corrida da RTP.