Arranca primeira campanha anual do Banco Alimentar

"Ainda há 400 mil pessoas que recebem ajuda alimentar entregue pelas instituições parceiras", diz a presidente daquela instituição.

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PEDRO MELIM/Arquivo

A primeira campanha anual do Banco Alimentar Contra a Fome arranca este sábado e conta com a solidariedade dos portugueses para que seja possível ajudar 400 mil pessoas que ainda vivem numa situação de pobreza estrutural.

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A primeira campanha anual do Banco Alimentar Contra a Fome arranca este sábado e conta com a solidariedade dos portugueses para que seja possível ajudar 400 mil pessoas que ainda vivem numa situação de pobreza estrutural.

Em declarações à agência Lusa, a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome disse acreditar que todos os portugueses "vão ser solidários para com os mais pobres da sua região, doando tudo o que podem, na medida da sua disponibilidade". "O grande apelo dos bancos alimentares é que as pessoas partilhem com quem tem necessidade produtos idênticos àqueles que comem em casa", pediu Isabel Jonet.

A responsável aproveitou para lembrar que "ainda há 400 mil pessoas que recebem ajuda alimentar entregue pelas instituições parceiras" e que vivem no que pode ser classificado como um estado de pobreza estrutural. "Em Portugal há uma pobreza estrutural muito, muito intensa e essa pobreza tem mais a ver até com a idade, reformados, pessoas mais idosas, com baixas pensões de reforma, viúvas sem carreiras contributivas e que vivem apenas com pensão mínima", enumerou.

Continua também a haver trabalhadores pobres. Segundo Isabel Jonet, "muitas pessoas" dessas não têm rendimentos suficientes para todas as despesas do seu agregado familiar, uma "situação ainda mais grave" quando nessas famílias há crianças.

De acordo com Isabel Jonet, o número de pessoas que precisa de ajuda alimentar "não tem variado muito", a sua composição é que sim. Durante o período de crise financeira "havia mais pessoas em idade activa que procuravam o apoio" das instituições de solidariedade e foi nessa altura que a pobreza conjuntural mais aumentou, com famílias sobre-endividadas e muitas pessoas desempregadas. "Esta pobreza diminuiu, mas aquilo que não se conseguiu que desça é a pobreza estrutural ", sublinhou.

As campanhas como a que arranca este sábado, disse, servem para apelar para a solidariedade de todos os portugueses, olhando para quem precisa de ajuda, "e então conseguir construir um país mais coeso e mais justo".

Isabel Jonet aproveitou ainda para lembrar que quem não puder ou não quiser ir a uma grande superfície comercial, pode fazer uma contribuição através do site www.alimentestaideia.pt, sendo que a campanha 'online' decorre até 10 de Junho. É também possível contribuir através da "Ajuda Vale", disponível nos supermercados e hipermercados.