À escuta pela floresta
Uma ONG norte-americana aliou-se à Google para reutilizar telemóveis obsoletos no combate à desflorestação.
É impossível patrulhar em permanência a imensidão da floresta amazónica e protegê-la contra as actividades madeireiras ilegais e a caça a espécies protegidas. Outro problema sem relação aparente: o que fazer com milhares de telemóveis que se tornam obsoletos e indesejados a cada lançamento de um smartphone mais avançado?
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
É impossível patrulhar em permanência a imensidão da floresta amazónica e protegê-la contra as actividades madeireiras ilegais e a caça a espécies protegidas. Outro problema sem relação aparente: o que fazer com milhares de telemóveis que se tornam obsoletos e indesejados a cada lançamento de um smartphone mais avançado?
A organização não-governamental norte-americana Rainforest Connection tem em marcha um projecto que oferece uma solução para os dois problemas: transformar telemóveis antigos em postos de escuta alimentados a energia solar que são colocados na floresta para ouvir actividades ilegais.
A iniciativa corre desde 2014 mas ganha agora um novo impulso através de uma parceria com a Google, que vai disponibilizar à ONG a sua ferramenta de aprendizagem automatizada. O TensorFlow vai analisar os sons registados por milhares de telemóveis espalhados pela Amazónia e encontrar padrões não detectáveis pelo ouvido humano: por exemplo, a presença silenciosa de um jaguar, identificável pela agitação de outras espécies.
A desflorestação em países tropicais é um dos principais factores na base das alterações climáticas, da desertificação e da perda de biodiversidade.