Governo nigeriano negoceia cessar-fogo com Boko Haram

É a primeira vez em anos que o executivo de Abuja admite estar sentado à mesa com os jihadistas para tentar pôr um ponto final nas hostilidades.

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Reuters/REUTERS FILE PHOTO

O governo nigeriano está em conversações com o grupo radical islamista Boko Haram sobre um possível cessar-fogo - trata-se da primeira vez em anos que o Executivo de Abuja admite que está a negociar com os jihadistas para tentar terminar com as hostilidades.

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O governo nigeriano está em conversações com o grupo radical islamista Boko Haram sobre um possível cessar-fogo - trata-se da primeira vez em anos que o Executivo de Abuja admite que está a negociar com os jihadistas para tentar terminar com as hostilidades.

O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, já referiu várias vezes que está na disposição para negociar com o Boko Haram.

Este grupo lançou a sua rebelião em 2009 com o objectivo de criar um Estado regido por uma aplicação extremista da lei islâmica. A sua campanha centrou-se essencialmente na Nigéria mas conseguiu também estender-se a países como o Chade, Camarões e Níger. Porém, nos últimos anos, e devido a uma intervenção militar regional cada vez mais musculada, o Boko Haram perdeu a maioria do território que chegou a ocupar.

De acordo com os números da Reuters, mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas devido à ameaça do Boko Haram, que raptou milhares, incluindo 270 raparigas, da escola de Chibok, no estado de Borno, em 2014.

Este domingo, o ministro da Informação nigeriano, Lai Mohammed, explicou à Reuters como foi realizada a operação para a libertação de outras 100 estudantes na semana passada, depois de o grupo as ter raptado no dia 19 de Fevereiro, na cidade de Dapchi.

“Desconhecido para muitos, nós temos estado em conversações mais abrangentes sobre o fim das hostilidades com os insurgentes há algum tempo”, revelou Mohammed. “Pudemos aproveitar as conversações mais amplas quando as meninas de Dapchi foram sequestradas”.

“O objectivo final é um fim permanente das hostilidades”, disse ainda o ministro.

Além disso, Mohammed explicou que foi acordado um cessar-fogo de uma semana, iniciado no dia 19 de Março, para permitir que o grupo libertasse as raparigas.