Fraga, a nova dirigente do PSD, apresentou queixa-crime contra ministros de Passos

A antiga Bastonária da Ordem dos advogados nunca poupou a então ministra da Justiça. Passos Coelho também apanhou por tabela.

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Elina Fraga será vice-presidente de Rui Rio Miguel Manso

Elina Fraga, que agora entra para a direcção de Rui Rio, na qualidade de vice-presidente, teve enquanto bastonária da Ordem dos Advogados uma “guerra” acesa com a ministra da Justiça do Governo de Passos Coelho. Elina Fraga chegou mesmo a apresentar uma queixa-crime, em Setembro de 2014,  por atentado ao Estado de Direito contra todos os membros do Governo de Passos e Portas que estiveram na reunião do Conselho de Ministros em que foi aprovado o mapa judiciário.

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Elina Fraga, que agora entra para a direcção de Rui Rio, na qualidade de vice-presidente, teve enquanto bastonária da Ordem dos Advogados uma “guerra” acesa com a ministra da Justiça do Governo de Passos Coelho. Elina Fraga chegou mesmo a apresentar uma queixa-crime, em Setembro de 2014,  por atentado ao Estado de Direito contra todos os membros do Governo de Passos e Portas que estiveram na reunião do Conselho de Ministros em que foi aprovado o mapa judiciário.

Em Dezembro de 2013, depois ser reeleita bastonária da Ordem do Advogados, Elina Fraga afirmava que o ministério da Justiça era “um ministério da propaganda”.  “Está-se mais interessado em propagandear reformas do que em fazê-las”, disse. Fraga afirmou mesmo que “não teria votado no PSD se soubesse das reformas na justiça”.

Nesta entrevista, também Passos Coelho não foi poupado. Sobre o que tinha escrito no Twitter quando o então líder do PSD chegou ao poder –que ele era “ideologicamente vazio, cheio de cosmética e muita areia” –, disse: “O tempo encarregou-se de demonstrar que este primeiro-ministro, ao consentir as reformas em curso na justiça, veio dar razão às minhas premonições. Nessa altura apoiei Paulo Rangel”.

Já este sábado, a antiga ministra da Justiça de Passos, Paula Teixeira da Cruz, reagiu à escolha de Elina Fraga para vice-presidente do PSD e disse, ao Observador: "Todos aqueles que criticaram e atacaram Pedro Passos Coelho e o seu Governo nas horas mais difíceis estão agora a ser premiados”. E acrescentou: “Esse prémio tem nome: chama-se traição”.

Já em Julho 2014, em declarações à Lusa, Fraga disse temer que Paula Teixeira da Cruz "se tenha deslumbrado um pouco com o poder e que se tenha esquecido que a Justiça existe para servir os interesses dos cidadãos".

"[A ministra] perdeu o norte. Estou convencida que, a 15 de Julho, com uma adesão que espero que seja massiva dos cidadãos, ela possa recuperar aquilo que a devia ter norteado: uma reforma da justiça ao serviço do cidadão, da cidadania", declarou.

Vincando que nada a move contra a ministra, esta militante do PSD salientou que "não há qualquer confronto ideológico, qualquer confronto político-partidário, há a assumpção daquilo que é uma atribuição da Ordem de Advogados, que é a defesa de um Estado de Direito".

Em Setembro de 2016, num artigo de opinião no Boletim da Ordem dos Advogados, Elina Fraga dizia mesmo que Paula Teixeira da Cruz tinha escrito “a página mais negra da justiça” e mostrava-se esperançada no trabalho da nova ministra Francisca Van Dunem.

“Estou confiante [nas conversações que têm sido levadas a cabo com Van Dunem]. É uma ministra que tem revelado capacidade de diálogo e cultura democrática. (…) Tivemos uma ministra [Teixeira da Cruz] que fez todas as reformas querendo inscrever o seu nome na história da justiça e que acabou por estar sozinha por não ouvir as demais instituições. Acabou por escrever a página mais negra da justiça em Portugal”, referiu.

Para Fraga, Van Dunem “tem um conhecimento rigoroso dos constrangimentos da Justiça e do que é preciso fazer para aproximar os tribunais dos cidadãos". Afirmava-se mesmo “em paz” com o Governo de António Costa.