Que fazer com os militantes suspensos em 2013?
Partido suspendeu uma centena de militantes na sequência das eleições autárquicas de 2013. Outros entregaram o cartão, antes de serem expulsos.
Um dos desafios que Rui Rio terá nos próximos tempos está relacionado com os militantes que foram suspensos e expulsos em 2013, na sequência das eleições autárquicas, por terem apoiado ou integrado listas contra as do próprio partido. Alguns deles já demonstraram desejo de voltar às fileiras do partido (outros nem por isso) e o próprio PSD de Pedro Passos Coelho também tentou emendar a mão, reconhecendo algumas más escolhas feitas há cinco anos.
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Um dos desafios que Rui Rio terá nos próximos tempos está relacionado com os militantes que foram suspensos e expulsos em 2013, na sequência das eleições autárquicas, por terem apoiado ou integrado listas contra as do próprio partido. Alguns deles já demonstraram desejo de voltar às fileiras do partido (outros nem por isso) e o próprio PSD de Pedro Passos Coelho também tentou emendar a mão, reconhecendo algumas más escolhas feitas há cinco anos.
Um desses casos é o de Marco Almeida, actualmente vereador sem pelouro e antigo vice-presidente de Fernando Seara em Sintra. Sobre um possível regresso ao PSD, Marco Almeida disse ao PÚBLICO: “Ainda não decidi. Veremos o que a nova liderança quer fazer com os militantes expulsos em 2013”. Ainda assim, o vereador nota que nas últimas autárquicas o seu movimento teve 39 mil votos que não podem ser desbaratados.
Líder de um grupo de independentes que entretanto recebeu o apoio do PSD para concorrer às autárquicas de 2017, Marco Almeida deixa um conselho ao novo presidente do partido: “Para ganhar as eleições em 2019, Rui Rio vai ter, também, de ter um discurso de unidade e de curar feridas”. E nem todas estão no Parlamento, onde a bancada se dividiu, antes das directas, entre Rio e Santana, com preponderância para o segundo.
António Capucho, histórico do PSD e ex-presidente da Câmara Municipal de Cascais, explica ao PÚBLICO que ainda não teve oportunidade de falar com Rui Rio sobre o regresso à militância do partido.
Em Outubro, porém, quando os candidatos começaram a posicionar-se na corrida à liderança social-democrata, António Capucho disse ao PÚBLICO que, depois das eleições, logo veria se regressaria ao PSD. “Admito voltar, se o partido for diferente, quer nas pessoas quer nas políticas”,disse.
Capucho foi expulso do PSD, que ajudou a fundar, ao fim de 40 anos como militante activo. Na base da expulsão, determinada há praticamente quatro anos pelo Conselho de Jurisdição Nacional, esteve a sua candidatura independente à Assembleia Municipal de Sintra. "Não se pode ter em conta nenhum passado neste processo. O conselho de jurisdição só pode fazer o controlo da legalidade e não o controlo político", justificou, na altura, o dirigente do PSD Calvão da Silva.
Por já não ser militante do PSD, o ex-autarca de Cascais, que foi duas vezes ministro, deputado, conselheiro de Estado e secretário-geral do partido, não votou nas directas de dia 13 de Janeiro, mas esteve “empenhado à distância” na vitória de Rui Rio.