Arquitectura + “Kamasutra” = “Archisutra”

"The Archisutra", do arquitecto Miguel Bolivar, mete a arquitectura e o design no "Kamasutra" — e com esquemas bem detalhados. Da posição "Get An Eiffel" à "Eames It In"

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Um dia, Miguel Bolivar viu, com "surpresa", uma colega ruborizar com um pedido de um cliente. Era-lhe pedido que colocasse uma fechadura na porta do quarto e ela não conseguiu deixar de corar com, julga ele, o "pensamento de pessoas a terem sexo num edifício que desenhara". "O embaraço dela fez-me pensar sobre quantas vezes o sexo é tido em conta quando um arquitecto projecta um edifício e inspirou-me a escrever um livro irónico que destacasse isso", conta ao Dezeen o arquitecto que vive em Londres. Nascia assim, dois anos depois, o The Archisutra: The handbook's hidden chapter, um primo do Kamasutra, mas com uma abordagem ligada à arquitectura e ao design

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Um dia, Miguel Bolivar viu, com "surpresa", uma colega ruborizar com um pedido de um cliente. Era-lhe pedido que colocasse uma fechadura na porta do quarto e ela não conseguiu deixar de corar com, julga ele, o "pensamento de pessoas a terem sexo num edifício que desenhara". "O embaraço dela fez-me pensar sobre quantas vezes o sexo é tido em conta quando um arquitecto projecta um edifício e inspirou-me a escrever um livro irónico que destacasse isso", conta ao Dezeen o arquitecto que vive em Londres. Nascia assim, dois anos depois, o The Archisutra: The handbook's hidden chapter, um primo do Kamasutra, mas com uma abordagem ligada à arquitectura e ao design

 

O livro, que foi lançado há cerca de três meses, apresenta diversas posições sexuais inspiradas em edifícios icónicos e, por vezes, com mobiliário de design. Assim tanto vemos a Get An Eiffel, em que um homem e uma mulher prestam homenagem à torre parisiense, como a Eames It In, que, claro está, requer a intervenção de uma destas famosas cadeiras.

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Todos os desenhos incluem anotações precisas, desde as distâncias aos ângulos indicados (e até a escala usada), bem como um pequeno texto com a descrição da posição e respectivas recomendações. Ao Dezeen, Bolivar conta que para estes elaborados esquemas se inspirou no trabalho de Leonardo Da Vinci, sobretudo no Homem de Vitrúvio, e no de Le Corbusier, em particular no Modulor, sistema desenvolvido a partir do diagrama do primeiro em que o arquitecto franco-suíço determinou o espaço ideal necessário para os residentes nos edifícios.

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"O Archisutra surge na sequência do trabalho do Vitrúvio, de Da Vinci e Le Corbusier e segue a ideia que os edifícios devem ser projectados em torno da vida humana", explica Bolivar. "O sexo", descreve a apresentação do livro, "desempenha um papel muito importante na sociedade e na vida diária. Então, por que razão é que é tão negligenciado quando um arquitecto projecta um edifício?". A pergunta que se impõe é: como é que se deve desenhar para o sexo?

 

O livro já está à venda, por exemplo na Amazon inglesa, e tem o custo de oito libras (cerca de 9 euros). Este, como anota o Dezeen, não é o primeiro Archisutra: Federico Babina, que conhecemos de séries como Archiatric, Archizoo ou Archiportrait, já se tinha dedicado à curiosa ligação entre sexo e... arquitectura.