A realidade do ensino profissional vai estar à vista de todos

A partir desta quinta-feira, o portal InfoEscolas começou a disponibilizar uma série de dados estatísticos sobre o desempenho dos alunos e e o modo como as escolas se comportam face ao ensino profissional.

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Informação sobre o ensino profissional abrange 105 mil alunos Adriano Miranda

É a grande novidade da época do portal InfoEscolas, lançado em 2015 pelo Ministério da Educação (ME) para agregar todos os resultados conhecidos das escolas e garantir assim uma “maior transparência” do sistema educativo. Desde esta quinta-feira que é possível conhecer em pormenor qual a oferta dos cursos profissionais e como se comportam as escolas e os alunos nesta via na qual o ME quer ter, até 2020, 50% dos alunos do ensino secundário.

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É a grande novidade da época do portal InfoEscolas, lançado em 2015 pelo Ministério da Educação (ME) para agregar todos os resultados conhecidos das escolas e garantir assim uma “maior transparência” do sistema educativo. Desde esta quinta-feira que é possível conhecer em pormenor qual a oferta dos cursos profissionais e como se comportam as escolas e os alunos nesta via na qual o ME quer ter, até 2020, 50% dos alunos do ensino secundário.

É possível saber, por exemplo, quantos alunos, em cada escola, estão nas várias ofertas educativas, quantos são encaminhados para as vias profissionalizantes, quantos acabam os três anos de curso no tempo considerado normal. E quais os indicadores demográficos e de desempenho dos alunos do ensino profissional por distrito e por concelho. A partir de segunda-feira estará também disponível uma base de dados com os resultados nacionais.

Para o secretário de Estado da Educação João Costa, a disponibilização destes dados (que abrangem 105 mil alunos e 687 escolas) constituiu “um grande avanço na transparência do sistema”.

“Até agora só tínhamos informação de 50% do sistema, porque a opacidade era o que existia em relação ao ensino profissional”, frisou. João Costa indicou também que esta nova informação vai permitir o “conhecimento da rede dos cursos profissionais”, sendo também, por isso, um instrumento de ajuda para a orientação vocacional dos alunos, que é feita no 9.º ano.

“Existem problemas na orientação vocacional”, diz. Sintoma disso é o elevado número de alunos que, estando em cursos regulares, acabam por, no final do 10.º ano, ser encaminhados para o ensino profissional. Para esta situação também contribui a falta de informação que os responsáveis pela orientação dos estudantes têm sobre os cursos existentes e onde se encontram.

Também existem novidades em relação ao ensino básico. Agora será possível conhecer, escola a escola, quais os resultados das provas de aferição do 2.º, 5.º e 8.º ano de escolaridade. Os resultados nacionais, divulgados em Outubro, deram conta de que a maioria dos estudantes não as superou com êxito.

Esta informação é apresentada por disciplina e também por domínios. Por exemplo, a Português pode-se ver como os alunos se saíram na compreensão do oral, na escrita, na gramática ou na leitura. E comparar qual o desempenho nestes com os resultados a nível nacional e na própria escola. Deste modo, pode-se concluir que “se os resultados em escrita estiveram significativamente abaixo dos resultados nos outros domínios do Português, e se esse padrão não se verificou a nível nacional, então alguma coisa poderá estar a correr menos bem no ensino da escrita na escola”, precisou o subdirector da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, João Baptista.

“Vai ser possível avaliar as desigualdades dentro da escola e intervir em função delas, porque se existe uma grande diferença esta requer um tipo de intervenção pedagógica diferenciada do que outra mais homogénea”, salientou João Costa.