Boeing pondera compra da Embraer
Construtora aeronáutica brasileira confirma negociações com os norte-americanos. Brasília detém golden share e não será favorável à venda da empresa, que está presente em Portugal através das OGMA e do projecto do KC-390.
A construtora aeronáutica norte-americana Boeing estará em conversações para uma possível aquisição da brasileira Embraer, segundo avançou esta quinta-feira o Wall Street Journal. De acordo com aquele jornal norte-americano, a Boeing estará disposta a pagar acima do valor de mercado (a Embraer está avaliada em 3,7 mil milhões de dólares).
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A construtora aeronáutica norte-americana Boeing estará em conversações para uma possível aquisição da brasileira Embraer, segundo avançou esta quinta-feira o Wall Street Journal. De acordo com aquele jornal norte-americano, a Boeing estará disposta a pagar acima do valor de mercado (a Embraer está avaliada em 3,7 mil milhões de dólares).
A notícia, que fez disparar os títulos da Embraer nas bolsas de São Paulo e Nova Iorque acima dos 20%, surge dois meses depois da rival europeia da Boeing, a Airbus, ter avançado para a compra de uma posição maioritária na canadiana Bombardier, que é concorrente da Embraer no segmento dos jactos regionais.
A confirmar-se a aquisição da Embraer, a Boeing colocaria ainda um pé na Europa através da presença da empresa brasileira em Portugal, onde detém as OGMA, em Alverca, e onde participa no projecto do avião militar KC-390, que conta com engenharia do CEIIA.
No entanto, a operação terá sempre de ser aprovada pelo Governo brasileiro, que detém uma golden share na Embraer. Segundo o jornal Folha de São Paulo, o executivo de Michel Temer não será favorável à venda da empresa. O mesmo diário brasileiro relata uma versão ligeiramente diferente do que é avançado pelo WSJ, afirmando que a Boeing e a Embraer estão em contacto com vista a uma possível “associação”, mas não à tomada total de controlo da empresa brasileira por parte dos norte-americanos.
Em comunicado citado pela Folha, a Embraer confirma que as duas companhias estão em conversações sobre “uma potencial combinação dos seus negócios, em bases que ainda estão a ser discutidas”.