Trump avisa Kim Jong-un: “Não nos subestimem e não nos ponham à prova”
O líder norte-americano lembrou a potência das forças militares dos EUA e diz não aceitar ameaças do regime norte-coreano.
Passaram cerca de 24 horas desde que Donald Trump afirmou estar disponível para se sentar à mesa das negociações com Pyongyang e fazer “um acordo que seja bom para as pessoas da Coreia do Norte e para o mundo”. Entretanto o tom do Presidente norte-americano endureceu e o líder da Casa Branca avisou o regime norte-coreano para não subestimar nem pôr “à prova” os governos de Washington e Seul.
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Passaram cerca de 24 horas desde que Donald Trump afirmou estar disponível para se sentar à mesa das negociações com Pyongyang e fazer “um acordo que seja bom para as pessoas da Coreia do Norte e para o mundo”. Entretanto o tom do Presidente norte-americano endureceu e o líder da Casa Branca avisou o regime norte-coreano para não subestimar nem pôr “à prova” os governos de Washington e Seul.
E se na terça-feira a postura dos EUA era em parte conciliatória, esta quarta-feira Trump afirmou querer “paz através da força!”, num discurso que foi partilhado e reforçado na sua página de Twitter. Na mesma mensagem, Trump elogiou o “melhor e mais recente equipamento militar do mundo”, o norte-americano.
“Falo não só em nome dos nossos países, mas de todas as nações civilizadas quando digo à Coreia do Norte: 'Não nos subestimem e não nos ponham à prova.' Defenderemos a nossa segurança comum, prosperidade partilhada e liberdade sagrada”, declarou perante os deputados sul-coreanos.
“Não permitiremos que cidades norte-americanas sejam ameaçadas com destruição. E não permitiremos que as piores atrocidades da história se repitam aqui, nesta terra pela qual lutámos e morremos”, acrescentou.
O Presidente dos EUA dirigiu-se ainda a Kim Jong-un para lhe dizer que as armas que está a adquirir não o estão a tornar mais seguro. “A Coreia do Norte não é o paraíso que o vosso avô imaginou”, continuou, referindo-se a Kim Il-sung, o fundador da Coreia do Norte. “É um inferno que ninguém merece”, acrescentou.
“Apesar de todos os crimes que cometeram, nós oferecemos uma alternativa para um futuro melhor.”
“Juntos sonhamos com uma Coreia que é livre, uma península que é segura e famílias que se reúnem novamente. Sonhamos com auto-estradas a unir o Norte e o Sul, de primos a abraçar primos e que este pesadelo nuclear seja substituído por uma bonita promessa de paz. Até esse dia chegar permaneceremos fortes e em alerta. Os nossos olhos estão postos no Norte e os nossos corações rezam pelo dia em que todos os coreanos possam viver em liberdade. Obrigado. Deus vos abençoe. Deus abençoe os coreanos.”
Visita à zona desmilitarizada cancelada
Nos planos de Trump estava uma visita surpresa à zona desmilitarizada da península coreana (depois de a Casa Branca ter dito várias vezes que não iria acontecer), mas foi cancelada devido ao mau tempo, que impediu a aterragem do helicóptero. A decisão terá deixado o Presidente dos EUA “frustrado”. Desde Ronald Reagan, e à excepção de George H. W. Bush, que se deslocou à zona desmilitarizada ainda enquanto vice-presidente, todos os presidentes norte-americanos visitaram o local.
Segundo um responsável da Casa Branca, Trump irá pedir ao Presidente chinês, Xi Jinping, para cortar as suas ligações financeiras com a Coreia do Norte e apelar ao cumprimento e apoio às sanções determinadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Presidente norte-americano estará durante dois dias em Pequim, para onde se dirigiu esta quarta-feira, na terceira paragem do seu périplo asiático de 12 dias. A China é o principal aliado da Coreia do Norte e por isso um dos principais alvos das críticas de Trump.
O líder norte-americano visita a China num clima de tensão comercial, depois de ter afirmado na última semana que o défice norte-americano na balança comercial com Pequim (347 mil milhões de dólares) era “horrível” e “tão mau que dá vergonha”. “Não quero envergonhar ninguém quatro dias antes de aterrar na China, mas é horrível”, afirmou.