Massacre no Texas não teve motivação racial, religiosa ou política

Autoridades enquadram ataque a igreja baptista de Sutherland Springs num contexto de violência familiar, afastando um cenário de terrorismo ou de violência política.

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Vizinhos da igreja prestam homenagem às vítimas do ataque de domingo Reuters/RICK WILKING

O autor do ataque de domingo a uma igreja baptista no Texas, Estados Unidos, onde 26 pessoas foram mortas a tiro, estava envolvido numa “disputa doméstica”, estando de momento afastada qualquer motivação política, religiosa ou racial para o massacre.

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O autor do ataque de domingo a uma igreja baptista no Texas, Estados Unidos, onde 26 pessoas foram mortas a tiro, estava envolvido numa “disputa doméstica”, estando de momento afastada qualquer motivação política, religiosa ou racial para o massacre.

Numa conferência de imprensa em Sutherland Springs, um porta-voz do departamento de segurança interna do Texas, Freeman Martin, revelou que Devin Kelley terá feito ameaças à sogra através de mensagens de telemóvel. Os sogros do atirador frequentavam a igreja, mas não estavam no local no momento do ataque, durante a missa de domingo.

Kelley tinha um historial de violência doméstica, tendo sido anteriormente condenado por agressões à mulher e a uma criança.

“Isto não teve motivações raciais. Não teve a ver com crenças religiosas. Havia uma disputa doméstica com a família e os sogros”, sublinhou o responsável. Não está aberta qualquer investigação a actos de terrorismo.

Esta informação ganha relevância num momento em que a opinião pública norte-americana volta a debater a questão do acesso a armas de fogo na sequência de mais um tiroteio a causar dezenas de vítimas mortais. Recorde-se que foi há pouco mais de um mês que 58 pessoas foram mortas a tiro num concerto em Las Vegas, no pior massacre do género na história dos Estados Unidos.

A partir do Japão, o Presidente Donald Trump tinha declarado que não se estava perante "um problema relacionado com armas", mas antes com um "acto de maldade" ligado a "problemas mentais". 

Atacante não tinha licença de porte de arma

Na conferência de imprensa desta segunda-feira, Freeman Martin revelou que a polícia apreendeu três armas na cena do crime e no veículo do presumível autor da matança: uma pistola de 9 mm, outro revólver de 5,6 mm e a arma semi-automática com que o atirador terá matado as vítimas na igreja.

Terão sido compradas legalmente, apesar de ter sido negada a Kelley a atribuição de uma licença de porte de arma.

O responsável texano confirmou ainda que o atirador de 26 anos tinha sido dispensado da Força Aérea por "má conduta", um castigo aparentemente relacionado com a condenação por violência doméstica e que, de acordo com a lei, impederia Kelley de adquirir uma arma de fogo.

Estão também por apurar as circunstâncias exactas da morte do atirador, que foi perseguido por um civil armado e mais tarde encontrado sem vida dentro de um automóvel.

Conhecem-se também novos detalhes sobre as vítimas. A mais nova tinha apenas 18 meses. A mais velha tinha 77 anos. Entre os mortos estão oito elementos de uma família. A comunidade rural de Sutherland Springs perdeu cerca de 4% da população no ataque de domingo.