Há um PSD à espera de Pedro Santana Lopes

Antigo líder do partido tem recebido muitos apoios para avançar. Pedro Duarte afasta cenário de candidatura.

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NFACTOS / Pedro Granadeiro

Está difícil encontrar uma alternativa a Rui Rio na corrida à liderança do PSD. Depois de Luís Montenegro e Paulo Rangel terem recusado avançar, neste sábado foi a vez de Pedro Duarte fechar a porta a uma candidatura própria. Só Pedro Santana Lopes e o ex-líder da distrital do PSD-Lisboa, Miguel Pinto Luz, parecem neste momento estar disponíveis para disputar os votos com o ex-presidente da Câmara do Porto.

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Está difícil encontrar uma alternativa a Rui Rio na corrida à liderança do PSD. Depois de Luís Montenegro e Paulo Rangel terem recusado avançar, neste sábado foi a vez de Pedro Duarte fechar a porta a uma candidatura própria. Só Pedro Santana Lopes e o ex-líder da distrital do PSD-Lisboa, Miguel Pinto Luz, parecem neste momento estar disponíveis para disputar os votos com o ex-presidente da Câmara do Porto.

Com a desistência de Montenegro e Rangel, ganha força a possibilidade de Santana Lopes avançar com uma candidatura à liderança do partido que já chefiou. O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) tem estado a fazer contactos por todo o país para saber se tem condições para avançar. Carlos Moedas, ex-secretário de Estado adjunto de Passos Coelho e actual comissário europeu, já lhe declarou o seu apoio.

Na pré-campanha das autárquicas, Santana foi convidado para estar presente em algumas acções de campanha de candidatos seus amigos como aconteceu em Esposende, por exemplo, onde foi muito bem recebido. No megacomício que, de acordo com a organização, juntou 2500 pessoas, o provedor da SCML voltou aos discursos políticos e empolgou os participantes ao defender o regresso à eleição do líder em congresso. Referiu-se concretamente aos congressos “vivos e míticos”, como o que elegeu Cavaco Silva em Maio de 1985, na Figueira da Foz, ou o que opôs Marques Mendes a Durão Barroso.

“Acho que está na altura de o partido pensar em voltar a ter os grandes congressos do PPP/PSD e de o presidente do partido voltar a ser escolhido em congresso”, declarou então, assumindo que foi “um dos grandes responsáveis” pela introdução de eleições directas.

Desta forma, Santana reavivou contactos, consolidou apoios e testou a sua popularidade. Fonte do PSD próxima do ex-primeiro-ministro disse hoje ao PÚBLICO que a ideia de Santana Lopes poder avançar para a liderança do partido “começou a germinar depois da sua ida a Esposende, onde foi recebido de forma apoteótica”.

Hoje, o Expresso noticiou que Santana Lopes falou na segunda-feira com Passos Coelho, que já estava a preparar a saída, e nessa altura começou a receber incentivos para se candidatar à liderança do PSD. A partir daí tratou de fazer contactos tirando a temperatura ao partido, sendo certo que só avançará se tiver a certeza que tem boas condições para enfrentar Rio.

Enquanto Santana faz contas às tropas com que pode contar, o ex-presidente da Câmara do Porto vai ganhado o apoio de alguns passistas e tem já tudo pronto para avançar.