Pelo menos 58 mortos em Las Vegas no pior tiroteio de sempre nos Estados Unidos

Atacante era um residente na cidade e disparou sobre uma multidão num concerto a partir do 32.º andar de um hotel. Trump diz que ataque foi “acto de malvadez pura”.

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Reuters/STEVE MARCUS

Pelo menos 58 pessoas morreram e 515 ficaram feridas na noite de domingo (manhã de segunda-feira em Lisboa) em Las Vegas, estado norte-americano do Nevada, quando um atirador abriu fogo sobre uma multidão que assistia a um concerto num festival de música country.

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Pelo menos 58 pessoas morreram e 515 ficaram feridas na noite de domingo (manhã de segunda-feira em Lisboa) em Las Vegas, estado norte-americano do Nevada, quando um atirador abriu fogo sobre uma multidão que assistia a um concerto num festival de música country.

Perante o novo balanço de vítimas, este é já considerado o mais mortífero tiroteio de sempre nos Estados Unidos, superando o massacre da discoteca Pulse, em Orlando, em 2016, quando 49 pessoas foram mortas por um atirador abatido pela polícia.

As autoridades identificaram o autor do massacre como Stephen Paddock, um residente da cidade de 64 anos, que se suicidou poucos minutos antes da chegada da polícia ao quarto de hotel a partir de onde fez os disparos. A polícia acredita que o homem tenha feito o check-in no hotel na quinta-feira.

Em conferência de imprensa, o xerife do condado de Clark, Joe Lombardo, descreveu o atacante como um “lobo solitário”, excluindo para já qualquer ligação a grupos terroristas. O Daesh reivindicou o ataque através do seu braço de propaganda, dizendo que Paddock se converteu “há alguns meses”, mas não há confirmação de que haja ligações entre o sexagenário e o grupo terrorista.

No quarto de hotel onde estava foram encontradas dez espingardas automáticas para além da que foi utilizada, disse Lombardo.

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O Mandalay Bay, numa imagem de arquivo REUTERS/Ethan Miller/ARQUIVO

Os disparos sobre o público do festival de música em Las Vegas foram feitos a partir do 32.º andar do Mandalay Bay Hotel and Casino, um dos principais hotéis da cidade, situado na Strip, a zona dos populares casinos. O massacre terá durado mais de cinco minutos. Mais de 22 mil pessoas estavam a assistir ao concerto, quando o ataque ocorreu.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, expressou “profundas condolências” aos familiares das vítimas num ataque que qualificou como “terrível”. Mais tarde, numa declaração na Casa Branca, Trump disse que o ataque foi “um acto de malvadez pura” e elogiou a “velocidade miraculosa da actuação da polícia”. O Presidente norte-americano revelou que irá deslocar-se a Las Vegas na quarta-feira.

Hillary Clinton também reagiu ao ataque, deixando um apelo para que se enfrente a NRA, a poderosa associação que defende o porte de armas de fogo nos EUA. “A nossa dor não é suficiente. Podemos e devemos pôr a política de lado, enfrentar a NRA e trabalhar juntos para impedirmos que isto volte a acontecer”, escreveu Clinton.

Família do suspeito surpreendida

Inicialmente foi noticiado que o presumível autor do ataque tinha sido morto a tiro por agentes que tiveram de forçar a entrada no quarto de hotel do atirador com recurso a explosivos. Porém, horas depois, o xerife local revelou que Paddock se tinha suicidado. Marilou Danley, uma mulher de 62 anos que partilhava casa com o suspeito e que estava a ser procurada pela polícia, foi entretanto encontrada. Será uma testemunha relevante para a investigação e não uma cúmplice do atirador.

O irmão do suspeito, Eric Paddock, disse estar “horrorizado” com as notícias sobre o ataque e mostrou-se surpreendido. “Ficámos estupefactos e damos as nossas condolências às vítimas”, disse à Reuters.

Nas redes sociais, foram publicados vídeos que mostram milhares de pessoas em fuga do recinto do festival, sendo claramente audíveis dezenas de disparos em rajada.

“Parecia fogo-de-artifício”, descreveu Steve Smith, que estava a assistir ao concerto. “Provavelmente [o homem disparou] cem balas de cada vez. Parecia que ele estava a recarregar e depois continuava a disparar”, disse Smith, citado pela Reuters.

As autoridades já identificaram um dos mortos como um agente policial que não estava em serviço. No Centro Universitário Médico do Sul do Nevada deram entrada 104 feridos, 12 das quais em estado grave, diz a CNN.

Jason Aldean, o músico country que actuava no momento do ataque, publicou um depoimento no Instragram. “O que aconteceu esta noite foi para lá de horrível. Ainda não sei o que dizer, mas queria que todos soubessem que eu e a minha banda estamos bem”, escreveu.

“Dói-me o coração que uma coisa destas aconteça a quem tinha vindo apenas aproveitar o que deveria ter sido uma noite divertida”, declarou o artista.

O aeroporto de internacional McCarran, que serve a região de Las Vegas, no estado do Nevada, esteve temporariamente encerrado por precaução, mas já foi reaberto. O Facebook activou o mecanismo de verificação de segurança para que os utilizadores naquela zona possam comunicar com familiares e amigos se estão bem.