Aumento da esperança de vida tem de ser acompanhado pela "qualidade de anos de vida"
Ministro Vieira da Silva na abertura da Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o envelhecimento activo. É preciso garantir vidas saudáveis".
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou nesta quinta-feira que "os desafios" colocados aos estados com o envelhecimento populacional exigem "políticas inclusivas e sustentáveis" para as pessoas de todas as idades.
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O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou nesta quinta-feira que "os desafios" colocados aos estados com o envelhecimento populacional exigem "políticas inclusivas e sustentáveis" para as pessoas de todas as idades.
Estas políticas devem "garantir vidas saudáveis", alcançando a igualdade de género, e promover "a adaptação dos mercados de trabalho, dos sistemas de protecção social e dos serviços de saúde e de cuidados", defendeu o ministro na abertura da Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o envelhecimento activo, que decorre até sexta-feira, em Lisboa.
Segundo dados apresentados por Vieira da Silva na conferência, em 2017, 15,4% da população na região UNECE (Comissão Económica das Nações Unidas para a Região Europa) tinha 65 anos contra os cerca de 13% em 2002. "As tendências actuais indicam que, até 2030, as pessoas com 65 ou mais anos vão representar mais de um quinto da população da região UNECE", frisou o ministro.
Vieira da Silva lembrou que o aumento da esperança de vida tem "implicações importantes e de longo alcance" a nível social, territorial, económico e cultural. Para o ministro, este aumento da esperança de vida terá de ser acompanhado pela "qualidade de anos de vida".
"As pessoas devem envelhecer com dignidade e segurança, disfrutando a vida através da plena realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais", defendeu o ministro na conferência promovida pela UNECE, com o tema "Uma sociedade sustentável para todas as idades", que decorre até sexta-feira em Lisboa.
Esta situação, acrescentou, exige também "um combate permanente contra o discurso da segregação geracional, promovendo a solidariedade e respostas solidárias, em particular no domínio da relação entre gerações".
Mas os desafios que se colocam "só podem ser alcançados através de um compromisso conjunto", para garantir "uma sociedade sustentável para todas as idades".
Presente na conferência, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, adiantou, citando projecções do Instituto Nacional de Estatística (INE), que a população com 65 ou mais anos residente em Portugal passará de 2,1 para 2,8 milhões de pessoas entre 2015 e 2080.
Neste contexto, exigem-se políticas públicas que criem condições favoráveis ao envelhecimento da população, defende o ministro, lembrando que no espaço de quatro décadas, Portugal criou condições de desenvolvimento que permitiram às pessoas terem uma esperança de vida superior à média da União Europeia.
A conferência, de onde vai sair a Declaração de Lisboa, com as linhas orientadoras de actuação dos estados-membros para os próximos cinco anos, reúne em Lisboa os ministros responsáveis pela área do envelhecimento dos 49 estados membros da UNECE, além de outras entidades relevantes, como as Nações Unidas, a Comissão Europeia e a Organização Internacional do Trabalho.
Além dos países estados-membros, esta conferência conta com a participação, como observadores, dos países de língua oficial portuguesa e de outros onde há comunidades portuguesas de grande expressão, como China, Japão, Índia, África do Sul, Canadá ou Rússia.